‘Tiro no pé’: Governo cortar verbas de serviços essenciais de energia Política by Portal Meus Investimentos - 25 de junho de 2025 Redução de verba anunciada em maio deixa a Agência com R$ 117 milhões para 2025, menos da metade dos R$ 240 milhões pleiteados pela autarquia para o ano O corte de orçamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para R$ 117 milhões em 2025 levou à demissão de 145 terceirizados e pode acarretar problemas futuros para o governo federal com a redução de atividades essenciais, além de prejudicar ações de gestão, fiscalização e regulamentação setorial. Benedito Cruz Gomes, presidente da Associação dos Servidores da Aneel (Asea), fala sobre o impacto do corte de orçamento da Aneel e como isso afetará os serviços essenciais de energia. Uma agência específica sofreu um corte de 25% nas verbas previstas para 2025, resultando em redução de serviços e planos. A agência se encontra em crise financeira, precisando reduzir custos. A redução de verbas, anunciada em maio, limitará os recursos disponíveis para o próximo ano. A situação indica uma possível diminuição na qualidade e na abrangência dos serviços essenciais de energia. Consequências do Corte de Orçamento O corte de orçamento da Aneel pode ter consequências graves para o setor de energia, incluindo a redução de atividades essenciais e a perda de capacidade de gestão e fiscalização. Isso pode levar a problemas de segurança e qualidade dos serviços de energia, além de afetar a capacidade do governo de regular o setor de energia de forma eficaz. Benedito Cruz Gomes destaca a importância de manter os recursos necessários para garantir a continuidade dos serviços essenciais de energia e evitar problemas futuros. Vale destacar que as empresas de energia elétrica em todo o Brasil pagam a Taxa de Fiscalização pelo Serviço de Energia Elétrica (TFSEE), correspondente a 0,4% do valor do benefício econômico anual auferido pelo concessionário, permissionário ou autorizado, nos termos da Lei nº 9.427/1996. Somente em 2024, essa taxa totalizou arrecadação de R$ 1,25 bilhão, e a receita prevista em 2025 é de R$ 1,35 bilhão. Instituída como fonte de receita para custeio das atividades da ANEEL, a TSFEE tem seus recursos direcionados para o Tesouro Nacional, contribuindo para o superávit primário do governo. Reação do Presidente da Asea Benedito Cruz Gomes, presidente da Asea, expressou sua preocupação com o corte de orçamento da Aneel e seus efeitos sobre os serviços essenciais de energia. Ele enfatiza que o corte de orçamento pode ser visto como um “tiro no pé” do governo, pois pode levar a problemas mais graves no futuro. Gomes também destaca a importância de manter a capacidade de gestão e fiscalização do setor de energia para garantir a segurança e qualidade dos serviços. Impacto Geral O corte de orçamento da Aneel é um exemplo de como as decisões de orçamento podem ter consequências graves sobre os serviços essenciais de energia. É fundamental que o governo considere as implicações de longo prazo das suas decisões de orçamento e garanta que os recursos necessários sejam alocados para manter a continuidade dos serviços essenciais de energia. Fiscalização e capacitação de novos servidores também serão reduzidas Veja as atividades que serão alteradas devido ao corte de recursos: Fiscalização. As ações de fiscalização com equipe própria da ANEEL serão reduzidas devido à falta de orçamento para locomoção e estadia. Além disso, serão interrompidas no segundo semestre deste ano as ações de fiscalização descentralizadas, ou seja, aquelas realizadas com apoio de 11 agências reguladoras estaduais que possuem convênio com a ANEEL para uma atuação mais capilarizada. A ANEEL possui sede apenas em Brasília e a colaboração das agências estaduais, permitida na Lei de Criação da Agência, é fundamental para ampliar o alcance da fiscalização da ANEEL nas diversas regiões do país. Saiba mais sobre a descentralização de atividades assistindo ao vídeo no link: https://youtu.be/TtETtrPMgMk Ouvidoria Setorial. A limitação orçamentária suspenderá o atendimento ao público externo por meio do telefone e do call center da Agência. O corte de orçamento dificulta, assim, que o Estado brasileiro tenha acesso à real percepção dos consumidores sobre o serviço público prestado e diminuindo a atuação de empoderamento do consumidor de energia elétrica, hoje muito mais consciente e vocal. Horário de funcionamento. A ANEEL restringirá seu horário de atendimento ao público a partir de 1º de julho. Ele passará para o período das 8h às 14h, de segunda a sexta-feira (até esta data, o atendimento era de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h). O serviço de atendimento da biblioteca da Agência será suspenso. Cálculo da tarifa. A satisfação do consumidor não poderá ser considerada nos próximos cálculos tarifários, uma vez que a pesquisa que apura o Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor (Iasc) será suspensa devido à falta de recursos. A pesquisa ouve anualmente cerca de 29 mil consumidores em cerca de 600 cidades brasileiras para aferir a satisfação do consumidor residencial com os serviços prestados pelas distribuidoras de energia elétrica. Realizada desde 2000, e com apenas um ano de hiato em 2011, a pesquisa ocorreu mesmo durante a pandemia de Covid-19. Participação pública. Os cortes impactarão a realização de consultas e audiências públicas, inclusive as relacionadas à revisão da tarifa de energia elétrica. Essas ações ocorrerão, exclusivamente, de forma remota. Recursos humanos. Prestes a receber 36 especialistas em regulação aprovados no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) 2024, o primeiro com vagas para a ANEEL em 15 anos, a Agência precisará reduzir drasticamente as atividades de capacitação dos servidores. A ANEEL possui hoje uma defasagem de 213 servidores. Tecnologia da informação. Dentre os impactos, estão: a suspensão da contratação da solução de governança de dados; reduções severas nos serviços e licenças das plataformas de geoprocessamento; a suspensão da contratação de serviços de infraestrutura e dados em nuvem; a não contratação de soluções de monitoramento de ativos e gestão de vulnerabilidades de TI; e uma drástica redução da equipe de colaboradores de atendimento e de desenvolvimento de TI. Além disso, é importante que haja uma gestão eficaz e fiscalização do setor de energia para garantir a segurança e qualidade dos serviços. Veja tudo de ” ‘Tiro no pé’: Governo cortar verbas de serviços essenciais de energia ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado