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Subestações digitais ganham espaço no setor elétrico para conter apagões e elevar eficiência energética

Empresa brasileira desenvolve tecnologias para ambientes produtivos de alta demanda por meio do Setta Digital Labs

O Brasil registrou um aumento de 3,9% no consumo de energia em 2024, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o que pressiona o sistema elétrico nacional a acelerar a digitalização de sua infraestrutura. Nesse contexto, as subestações digitais ganham destaque como solução estratégica, impulsionadas pela adoção da norma internacional IEC 61850, que padroniza a comunicação entre dispositivos de automação e controle.

Dados da Verified Market Reports mostram que o mercado global de subestações digitais movimentou US$ 9,43 bilhões em 2023, com projeção de crescimento anual de 7,6% até 2030. A crescente complexidade do sistema de distribuição, agravada pela geração descentralizada e pela intermitência das fontes renováveis, exige soluções mais inteligentes e responsivas para garantir a estabilidade da rede.

Com equipamentos interconectados substituindo os sistemas analógicos tradicionais, as subestações digitais operam com sensores, relés de proteção e softwares capazes de detectar falhas em tempo real e agir automaticamente para evitar apagões. O diferencial está na padronização da comunicação entre esses dispositivos via IEC 61850, que amplia a interoperabilidade e acelera a resposta operacional.

“Esta norma permite que diferentes equipamentos, mesmo de fabricantes distintos, se comuniquem em uma linguagem comum. Isso reduz custos de integração, melhora o desempenho operacional e dá mais flexibilidade à rede”, explica Gabriel Gomes, gerente de projetos do Grupo Setta.

A IEC 61850 também facilita a integração de fontes renováveis, como solar e eólica, caracterizadas pela geração intermitente, um dos principais desafios técnicos do setor. A norma permite que os sistemas identifiquem variações na geração e ajustem automaticamente os controles de proteção, maximizando a injeção de energia limpa na rede.

Diante desse cenário de transformação acelerada, empresas brasileiras têm intensificado o desenvolvimento de soluções digitais. O Grupo Setta, por meio do Setta Digital Labs – criado em 2022 como braço de automação industrial –, desenvolve tecnologias voltadas para ambientes produtivos de alta demanda, como as Cabines de Medição Digitalizadas. As soluções integram automação e inteligência operacional, com a vantagem do controle total à distância, que agiliza diagnósticos e aumenta a segurança das equipes.

“A transição para subestações digitais vai além de uma simples mudança tecnológica; representa uma reorganização profunda na forma como distribuímos e gerimos energia no Brasil. Essa transformação incorpora inteligência, conectividade e autonomia à operação”, destaca Gomes.

Para aprofundar o debate sobre o tema, o executivo será um dos palestrantes do Congresso de Inovação em Redes de Energia e Sustentabilidade (CINASE), maior evento itinerante do setor elétrico brasileiro, que acontece nos dias 6 e 7 de agosto. Em sua apresentação, ele abordará a importância da digitalização na integração de fontes renováveis, cuja geração intermitente exige respostas mais ágeis e sistemas mais inteligentes.

“Ainda enfrentamos barreiras de investimento e qualificação para adoção em larga escala, mas os benefícios são evidentes — desde a integração com fontes renováveis até a redução de perdas e o controle mais refinado da demanda. A digitalização das subestações é um caminho sem volta para tornar o sistema energético brasileiro mais resiliente e eficiente”, conclui.

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