Regulamentação do SAF: Novo Horizonte para Bioenergia Impulsiona Transição Aérea no Brasil Política by Portal Meus Investimentos - 28 de outubro de 2025 O decreto que regulamenta o Combustível Sustentável de Aviação (SAF) consolida a estratégia brasileira de bioenergia e acelera a descarbonização do setor aéreo. ### Conteúdo O Pilar Estrutural da Descarbonização Aérea Os Próximos Passos Pós-Decreto: Da Regra ao Investimento A Conexão Direta com a Geração de Energia Limpa Mecanismos de Incentivo e a Lição do RenovaBio O Olhar Global: CORSIA e a Vantagem Competitiva Visão Geral O Pilar Estrutural da Descarbonização Aérea O Combustível Sustentável de Aviação (SAF), diferentemente dos biocombustíveis tradicionais, é uma alternativa de baixo carbono essencial para a aviação. Seu uso pode reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) em até 80% em comparação com o querosene fóssil, dependendo da matéria-prima utilizada. A regulamentação brasileira busca agora converter esse potencial teórico em realidade econômica. A Lei que deu origem ao programa (PL 528/2020) estabelece que, a partir de 2027, haverá uma introdução gradual de mistura obrigatória de SAF no querosene de aviação (QAV). O objetivo inicial é uma taxa de blend de 1%. Parece pouco, mas sinaliza uma demanda crescente e constante que exigirá um robusto aumento na capacidade produtiva nacional. Este primeiro passo, formalizado pelo decreto em finalização, é estratégico. Ele envia um sinal claro aos investidores internacionais: o mercado brasileiro de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) é real e tem regras definidas. A previsibilidade regulatória é o combustível para os grandes projetos de capital intensivo. Os Próximos Passos Pós-Decreto: Da Regra ao Investimento Com o decreto finalizado, o foco do governo e do mercado se volta para a implementação prática e os próximos passos. Um dos maiores desafios é o custo de produção do SAF, que atualmente pode ser até quatro vezes maior que o QAV fóssil. É nesse ponto que o papel da bioenergia brasileira se torna vital. O Brasil detém vantagens comparativas únicas, como o domínio da tecnologia de etanol de segunda geração e a vasta disponibilidade de biomassa sustentável. Cana-de-açúcar, resíduos agrícolas, óleos vegetais e até microalgas são fontes potenciais. O decreto precisa detalhar os mecanismos de certificação e rastreabilidade para garantir a real sustentabilidade dessas matérias-primas. A expectativa é que o decreto estabeleça também o Programa de Certificação de Emissões, essencial para mensurar a redução de carbono e permitir a inserção dos produtores brasileiros no mercado global. O acesso a financiamento e a mecanismos de incentivo fiscal, como créditos de carbono específicos, são os próximos passos operacionais que a indústria aguarda. A Conexão Direta com a Geração de Energia Limpa Para o público do setor elétrico, a regulamentação do SAF tem implicações diretas, indo além da simples oferta de um novo combustível. A produção em escala de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) demandará quantidades significativas de energia elétrica limpa e renovável. Muitos processos de produção de SAF, como o Power-to-Liquids (PtL) ou o Hydrogenated Esters and Fatty Acids (HEFA), exigem hidrogênio verde, cuja produção é totalmente dependente de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis. Isso significa que o avanço do decreto é um motor indireto para a expansão da capacidade de geração eólica, solar e de bioenergia no Brasil. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conforme antecipado pelo mercado, tem discutido modelos de financiamento mais robustos. A proposta de consórcios e aportes diretos, focada em mitigar o risco inicial dos projetos de SAF, é um dos próximos passos esperados na esfera econômica para destravar bilhões em investimentos. Mecanismos de Incentivo e a Lição do RenovaBio A experiência brasileira com o RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis) servirá de blueprint para o mercado de Combustível Sustentável de Aviação (SAF). O decreto deve detalhar a emissão dos Certificados de Descarbonização (CBIOs) ou mecanismos equivalentes que remunerem a eficiência ambiental dos produtores. Este mecanismo é crucial para equalizar o preço do SAF com o do querosene fóssil. Ao atribuir valor à redução de carbono, o Brasil garante que os custos adicionais da produção sustentável sejam compensados, atraindo capital privado. A previsibilidade do fluxo de CBIOs é o que transforma projetos de bioenergia de alto custo inicial em investimentos atrativos a longo prazo. A meta de 1% em 2027 é apenas o começo. O plano de voo da descarbonização brasileira aponta para uma curva de crescimento gradual, podendo alcançar 10% ou mais na próxima década. A finalização do decreto garante a rampa de decolagem regulatória para esta trajetória. O Olhar Global: CORSIA e a Vantagem Competitiva O Brasil se beneficia diretamente da regulamentação internacional, como o Esquema de Compensação e Redução de Carbono para Aviação Internacional (CORSIA), da ICAO. O mercado de SAF brasileiro, apoiado pelo novo decreto, tem potencial para fornecer combustível limpo para rotas internacionais que tocam o país, criando uma vantagem logística e competitiva. A qualidade e a sustentabilidade da bioenergia brasileira são um diferencial. Nosso know-how em biocombustíveis líquidos garante que o SAF produzido aqui terá uma pegada de carbono comprovadamente baixa. Isso não só atende à demanda interna, mas nos coloca como fornecedores estratégicos para companhias aéreas globais. Os próximos passos exigirão uma forte coordenação entre os Ministérios (Minas e Energia, Fazenda, e Meio Ambiente) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a aplicação rigorosa do decreto. A fiscalização da qualidade e do percentual de blend será fundamental para a credibilidade do programa. Visão Geral A finalização do decreto para o Combustível Sustentável de Aviação (SAF) é um divisor de águas. Ele solidifica a ambição brasileira de liderar a transição energética global, mostrando que a descarbonização é possível mesmo em setores de difícil mitigação como a aviação. Para os investidores e profissionais, este é o momento de reavaliar estratégias. O ciclo de investimentos em bioenergia e infraestrutura de produção de hidrogênio verde está sendo aberto pelo marco regulatório. O mercado agora aguarda os próximos passos detalhados, mas a mensagem é clara: o futuro da aviação é verde, e ele está sendo construído com a sustentabilidade e a bioenergia do Brasil. Veja tudo de ” Regulamentação do SAF: Novo Horizonte para Bioenergia Impulsiona Transição Aérea no Brasil ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado