Com apenas 30,2% de praias próprias para banho, Brasil atinge o menor patamar em uma década

Levantamento aponta que 253 praias estiveram próprias para banho em todas as medições realizadas de novembro de 2024 até outubro de 2025
O Brasil atingiu um marco preocupante: o menor número de praias consideradas próprias para banho durante todo o ano, em uma década. Um levantamento recente da Folha revelou que, no período de novembro de 2024 a outubro de 2025, apenas 253 praias brasileiras (o que corresponde a 30,2% do total) foram classificadas como consistentemente adequadas para os banhistas. Essa classificação significa que a qualidade da água se manteve dentro dos padrões de segurança em todas as medições realizadas, garantindo um ambiente saudável para o lazer.

O Cenário Geral da Qualidade das Praias

Ao analisarmos a situação de todas as praias avaliadas, os números mostram um panorama desafiador. Além das 253 praias consideradas “boas” (próprias em todas as medições), outras 288 foram classificadas como “regulares”, 143 como “ruins” e 136 como “péssimas”. O percentual de praias consistentemente boas é o menor registrado desde 2016, ano em que a série histórica de dados de balneabilidade começou a ser compilada. É importante notar que o ano de 2020 foi a única exceção, pois não houve medições devido à pandemia. Em comparação, em 2016, um total de 370 praias brasileiras ostentavam a classificação de “boas”, mostrando uma clara deterioração ao longo dos anos.

A Situação Crítica em São Paulo

O estado de São Paulo exemplifica bem essa preocupação. O número de praias paulistas consideradas próprias para banho o ano todo sofreu uma queda significativa, passando de 62 para 47. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) atribui parte dessa piora ao grande volume de chuvas registrado neste último ano. No entanto, o problema vai além do clima. Segundo Jorge Luís dos Santos, biólogo e morador do Guarujá, “temos uma dificuldade histórica de ordenamento urbano. Isso inclui crescimento desordenado e falta de saneamento básico adequado”. Essa observação destaca a complexidade do desafio, que envolve infraestrutura e planejamento urbano.

Desafios no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a balneabilidade das praias continua em um nível alarmante. Apenas 66 praias foram consideradas próprias para banho durante todo o ano, enquanto um número expressivo de 200 praias se enquadra nas classificações de “regulares”, “ruins” ou “péssimas”. Para piorar o cenário, 47 trechos de praias cariocas apresentaram piora na qualidade da água em comparação com o ano anterior, evidenciando uma tendência negativa persistente na região.

Um Raio de Esperança no Nordeste?

Apesar do quadro geral preocupante, algumas regiões do país conseguiram reverter a tendência. Estados do Nordeste, como Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte, registraram um aumento no número de praias consideradas “boas” para banho. Esse dado é um contraponto interessante e sugere que, com as políticas e investimentos corretos, é possível melhorar a qualidade das águas costeiras, oferecendo esperança para o futuro das praias brasileiras.

Créditos: Agência Congresso

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