Podcast traz detalhes de investigação sobre vazamento de óleo no litoral e impactos na vida de símbolo do desastre Energia Limpa by Portal Meus Investimentos - 15 de setembro de 2025 Apoiado pelo Serrapilheira, Paraíso Contaminado relata consequências do misterioso derramamento de petróleo em 11 estados do litoral brasileiro em 2019 Uma tragédia registrada em uma imagem. A foto de Everton Miguel dos Anjos deu um rosto ao maior derramamento de petróleo já registrado em oceanos tropicais, atingindo nove estados do Nordeste e parte do Sudeste. Seis anos depois do desastre, o podcast Paraíso Contaminado, produção apoiada pelo Instituto Serrapilheira, revela o que aconteceu com o menino e as investigações do crime ambiental. Os dois primeiros episódios já estão disponíveis nos principais streamings de áudio. Confira aqui. Coordenado pelo jornalista cearense Italo Cosme, que acompanhou a chegada do óleo às praias na época, o podcast traz detalhes e lacunas da investigação feita pela Polícia Federal, além de outras linhas de análise em curso – como a do Ministério Público Federal, que, sob sigilo, enfrenta dificuldades diante da demora em receber dados de empresas estrangeiras responsáveis por embarcações suspeitas. O projeto enumera impactos e possíveis causas para a tragédia com especialistas e mostra que, seis anos depois, fragmentos de óleo ainda são encontrados no litoral, em um caso ainda sem solução. Entrevistas com pescadores, médicos e autoridades locais buscam entender como a tragédia impactou a vida das comunidades costeiras. Reflexo disso é a história de Everton, abordada no segundo episódio. Aos 13 anos, ele entrou de camiseta no mar da praia de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho, no Pernambuco, mas a tirou quando viu o corpo sujo. Em seguida, improvisou uma túnica com um saco de lixo e voltou para a água. Tinha um objetivo: ajudar voluntários que tentavam limpar a grande quantidade de óleo que se espalhava pelo litoral. Naquele momento de desespero, não havia EPI adequado, nem orientação sobre os riscos. E o pior? O óleo ainda estava quente, derretendo sob o sol nordestino. “Eu também botei sacos de lixo nos pés porque não tinha luva. Grudava em tudo!”, relembra. O que o menino não sabia é que viveria os próximos anos com o corpo marcado pelo desastre. Dois meses após o contato com o óleo, Everton começou a ter vômitos e dores de cabeça insuportáveis. Uma mancha negra, do tamanho de uma mão, também surgiu em suas costas. Ele conta que era como uma queimadura. No auge dos problemas de saúde, Everton buscou ajuda, mas nunca teve um diagnóstico preciso sobre seus sintomas. Segundo ele, os médicos do posto de saúde que buscou não souberam explicar o que, de fato, ele tem. “Até hoje, ninguém ligou os pontos entre o petróleo e a minha saúde”, lamenta o jovem, que mora com a mãe, que deixou o quiosque que mantinha na praia após ter vendas afetadas devido à fuga de turistas. Para Cosme, o Brasil parece que “esqueceu” do desastre. “Nenhum culpado foi punido. Nenhuma política de prevenção foi criada. E as manchas? Algumas estão nas praias, outras, nas costas de um menino que um dia quis ajudar”, afirma no podcast. Paraíso Contaminado foi um dos podcasts selecionados no edital Camp Serrapilheira 2024, voltado a apoiar produções em áudio com a ciência em pauta e liderados por pessoas negras. Os demais projetos apoiados, que também estreiam neste semestre, podem ser conferidos aqui. Veja tudo de ” Podcast traz detalhes de investigação sobre vazamento de óleo no litoral e impactos na vida de símbolo do desastre ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado