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Operador Nacional do Sistema Elétrico Mobiliza Ações para Assegurar a Integridade do SIN Durante a COP30

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A ativação de uma operação especial pelo ONS visa blindar o SIN contra falhas e ameaças durante a realização da COP30 em Belém (Pará).

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Visão Geral

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ativou um protocolo de operação especial para garantir a segurança do SIN (Sistema Interligado Nacional) durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que será sediada em Belém (Pará) em novembro de 2025. Este movimento estratégico transcende a rotina operacional; ele é um imperativo técnico e diplomático.

Garantir o suprimento ininterrupto de energia para o maior evento climático global já realizado na Amazônia é um desafio logístico e um teste de fogo para a resiliência do setor elétrico brasileiro. O foco do ONS é blindar o SIN contra falhas, intermitências e, crucialmente, contra ameaças externas, protegendo a imagem do Brasil como potência de energia limpa.

A Estratégia da Operação Especial em Belém

A decisão de instituir uma operação especial reflete a criticidade do evento. A COP30 atrairá milhares de chefes de Estado, negociadores, imprensa internacional e ativistas. Qualquer falha no fornecimento de energia – especialmente em um evento focado em clima e energia renovável – teria um impacto devastador na reputação do país.

Historicamente, o ONS adota medidas similares em grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. No entanto, o desafio em Belém (Pará) é singular, devido à sua localização na borda do SIN e à complexidade da transmissão na região amazônica.

A operação especial do ONS implica um reforço de *staff* no Centro Nacional de Operação (CNOS), aumento das margens de segurança, e a implementação de planos de contingência ultrarrápidos, com ênfase na resposta a eventos de grande impacto.

O Calcanhar de Aquiles: A Fragilidade da Transmissão no Norte

O principal desafio técnico que o ONS enfrenta é a infraestrutura de transmissão que alimenta a capital paraense. A região Norte possui linhas de transmissão mais longas e menos redundantes do que as regiões Sul e Sudeste.

A estabilidade do SIN em Belém (Pará) depende de longos corredores de energia que trazem suprimento das usinas do Sudeste e, crucialmente, das grandes hidrelétricas do Norte. Falhas em torres, causadas por eventos climáticos extremos ou ações maliciosas, podem isolar grandes áreas, comprometendo a segurança energética.

A operação especial exige que o ONS monitore continuamente a saúde dessas linhas e subestações, garantindo que os *pathways* de energia estejam operando com capacidade máxima e com planos de desvio (*bypass*) prontos para serem acionados em milissegundos.

Gestão da Geração Limpa e o Risco de Intermitência

A COP30 é o palco da energia limpa, e a matriz brasileira é predominantemente renovável. No entanto, a alta penetração de fontes eólicas e solares no Norte/Nordeste impõe um desafio de gerenciamento da intermitência ao ONS.

A operação especial precisa coordenar a geração para manter a frequência e a tensão do SIN dentro de limites estritos, especialmente durante picos de carga ou variações abruptas na produção eólica ou solar. O uso estratégico de hidrelétricas com capacidade de partida rápida é fundamental.

O ONS precisa garantir que o compromisso do Brasil com a energia renovável não seja ofuscado por instabilidade operacional. O sucesso da COP30 passa diretamente pela demonstração de que é possível ter um sistema majoritariamente limpo e, ao mesmo tempo, totalmente seguro.

Detalhes Táticos: Reserva e Pré-despacho

Um dos pilares da operação especial é o aumento da reserva girante do SIN. Isso significa manter mais usinas disponíveis e prontas para entrar em operação imediata. O ONS exige que as usinas térmicas de suporte e algumas hidrelétricas estratégicas estejam com sua capacidade de resposta maximizada.

Outra medida tática é o pré-despacho estratégico de unidades geradoras, garantindo que a potência necessária para absorver qualquer contingência esteja distribuída de forma inteligente pelos subsistemas regionais, minimizando os tempos de reação em caso de falha.

A segurança do SIN em grandes eventos se apoia na redundância. O ONS precisa simular e treinar repetidamente os cenários mais adversos, desde a perda de grandes linhas de transmissão até picos inesperados de demanda causados pela concentração de atividades na região de Belém (Pará).

A Frente Invisível: Segurança Cibernética

Na era digital, a maior ameaça à segurança energética em um evento global como a COP30 não é um raio, mas um ataque cibernético. Os sistemas de controle e supervisão do ONS (SCADA) são alvos prioritários de *hackers* estatais ou ativistas.

A operação especial inclui a blindagem da segurança cibernética do SIN, com monitoramento 24/7 de *firewalls* e *gateways* que conectam o ONS aos agentes de geração e transmissão. A coordenação com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é intensa.

O objetivo é evitar que um ataque digital cause a desativação remota de equipamentos ou a desestabilização da rede, o que poderia levar a um apagão controlado ou, pior, um *blackout* que desmoralizaria a COP30.

Coordenação na Ponta: Distribuição em Belém

Apesar de o ONS operar a espinha dorsal do SIN, a garantia do fornecimento final para o centro de convenções e hotéis em Belém (Pará) depende da distribuidora local. A operação especial exige coordenação extrema entre o ONS e a concessionária (que é a distribuidora responsável pela capital).

O planejamento inclui o reforço das equipes de campo, o aumento dos estoques de equipamentos de reposição rápida e a garantia de *backups* de energia de emergência (geradores e baterias) nas áreas críticas da COP30.

A confiabilidade na ponta é tão importante quanto a segurança do SIN no nível de transmissão. O sucesso do ONS será medido pela ausência de interrupções, garantindo que o evento transcorra sem incidentes elétricos.

O Custo da Imagem: Reputação da Energia Limpa

O investimento na operação especial, que envolve recursos humanos, tecnologia e o *stand-by* de geradores, é alto, mas é justificado. O custo de um *blackout* durante a COP30 seria incalculável para a imagem do Brasil.

O país está se posicionando como líder em energia renovável e em soluções climáticas. Uma falha de segurança energética em Belém (Pará) minaria essa narrativa e levantaria dúvidas sobre a capacidade brasileira de gerenciar um sistema elétrico complexo com alta penetração de energia limpa.

A operação especial do ONS é, portanto, um “prêmio de seguro” para a diplomacia energética e ambiental do Brasil, protegendo os bilhões investidos em energia renovável e a credibilidade internacional.

Legado para a Resiliência do SIN

Além do evento em si, a operação especial deixará um legado. O investimento em novos equipamentos de monitoramento, em redundância de comunicações e em treinamento avançado para a equipe do ONS e dos agentes locais melhora a resiliência do SIN em todo o Norte do país.

O reforço da segurança cibernética e a melhoria dos protocolos de resposta rápida são ativos permanentes. A COP30 funciona como um catalisador para acelerar investimentos necessários na transmissão e na distribuição da região amazônica, fortalecendo a segurança energética para todos os usuários, muito além dos dias da conferência.

Em resumo, o ONS não está apenas controlando o fluxo de elétrons; está garantindo que o palco da COP30 funcione perfeitamente. A operação especial é a prova do nível de sofisticação técnica alcançado pelo setor elétrico brasileiro, que se mobiliza para mostrar ao mundo que a transição para a energia limpa pode e deve caminhar de mãos dadas com a inegociável segurança do SIN.

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