O Sol Cobrado Por que a Nova Lei da Geração Distribuída Ameaça Devorar 80% do Lucro Solar Energia Limpa by Portal Meus Investimentos - 13 de outubro de 2025 A nova Lei da Geração Distribuída impacta severamente a rentabilidade, introduzindo custos na injeção de créditos de energia. Explore como a Lei 14.300 afeta o retorno da energia solar, o fim do net metering 1 por 1 e o papel central do Fio B na redução do lucro solar. Conteúdo O Fim da Troca 1 por 1 e o Nó do Fio B O Vilão Técnico Entendendo o Fio B na Lei 14.300 A Matemática da Devastação Por Que 80% O Impacto no Prazo de Retorno do Investimento O Valor Não Reconhecido Benefícios Sistêmicos da Geração Distribuída A Corrida Contra o Tempo e o Mercado Solar Visão Geral O boom da Geração Distribuída (GD) no Brasil transformou o consumidor em coprodutor de energia limpa. Contudo, o que era um conto de sucesso de sustentabilidade e economia agora enfrenta um desafio regulatório que pode reescrever drasticamente a matemática dos projetos. A implementação da Lei 14.300/2022, popularmente conhecida como a lei da “taxação do sol”, trouxe uma mudança no sistema de compensação que, segundo análises do mercado, pode cortar até 80% do retorno da energia solar para novos projetos. Este golpe no payback não é um erro de cálculo, mas sim o resultado direto da inclusão gradual de encargos no excedente de energia injetado na rede. Para o profissional do setor, entender a mecânica por trás dessa perda do VALOR da energia solar é crucial para recalibrar estratégias de investimento e planejamento. A era do net metering simples acabou. O Fim da Troca 1 por 1 e o Nó do Fio B O cerne da polêmica reside na alteração do sistema de net metering (compensação de energia). Antes da Lei 14.300, cada kWh excedente injetado na rede da distribuidora era compensado como 1 kWh consumido, sem a cobrança de tarifas de uso do sistema. Essa paridade perfeita era o grande motor financeiro dos projetos. A nova regra, implementada em fases, exige que a Geração Distribuída comece a pagar pela utilização da infraestrutura da distribuidora. O componente tarifário que virou o centro do debate e o principal algoz do retorno da energia solar é a TUSD Fio B. Ele é o “vilão técnico” responsável por transformar o antigo atrativo de net metering em um dilema econômico. O Vilão Técnico Entendendo o Fio B na Lei 14.300 O Fio B representa a parcela da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) que remunera a distribuidora pela manutenção, operação e expansão dos ativos de baixa e média tensão, como postes, transformadores e cabos. É o custo pela utilização da rede da distribuidora, essencial para o transporte da energia. Sob a Lei 14.300, a energia injetada na rede pelo gerador solar deixa de ser compensada integralmente. A partir de janeiro de 2023, novos projetos perdem o direito de compensar a totalidade dos encargos e custos de distribuição na energia injetada, começando pelo Fio B e outros componentes tarifários. Essa cobrança sobre o crédito injetado é o que subtrai o retorno da energia solar. A lógica da Lei 14.300 é que o gerador distribuído usa a rede da concessionária como uma “bateria” de armazenamento, devendo, portanto, pagar por essa conveniência. O problema é que o peso financeiro do Fio B é tão significativo que pode chegar a quase 60% do VALOR da energia solar compensada, criando a projeção de corte de até 80% nos ganhos marginais dos projetos. A Matemática da Devastação Por Que 80% O número “80%” choca, mas é derivado da composição da tarifa de energia. A energia que o consumidor paga (Tarifa de Energia ou TE) representa apenas cerca de 40% a 50% da fatura total. O restante são encargos, impostos e a TUSD. A TUSD, onde está o Fio B, corresponde a uma fatia grande e crescente. Quando o gerador injeta energia, o antigo sistema de net metering dava crédito sobre o valor total da tarifa. Com a exclusão gradual da compensação do Fio B e outros encargos, a energia injetada passa a valer muito menos — apenas a parcela da TE. Em alguns cenários tarifários, a TUSD e seus encargos representam mais de 70% do custo total da tarifa. Se o crédito da energia injetada só compensa 20% a 30% da conta (o que sobra após o pagamento do Fio B e outros custos), o retorno do investimento original cai drasticamente. Para projetos que dependiam da compensação total para fechar a conta, o prazo de retorno pode dobrar ou triplicar. O Impacto no Prazo de Retorno do Investimento Antes da nova legislação, o prazo de retorno (*payback*) de um projeto residencial de Geração Distribuída era tipicamente de 4 a 6 anos. Esse curto período era o grande chamariz que atraiu milhões de brasileiros ao mercado solar. Com a introdução das cobranças e o corte do VALOR da energia solar injetada, as projeções mais pessimistas indicam que o prazo de retorno pode se estender para 8, 10 ou até 12 anos em áreas de tarifa mais baixa ou para sistemas mal dimensionados. Essa alteração na economia inviabiliza muitos projetos que dependiam de um *payback* rápido para obter financiamento. A erosão do retorno da energia solar afeta a atratividade do mercado solar brasileiro. Os investidores de médio e grande porte, que atuam em GD com múltiplos projetos, precisam agora recalibrar suas planilhas com taxas internas de retorno (TIR) significativamente menores, freando o tsunami de instalações observado até 2022. O Valor Não Reconhecido Benefícios Sistêmicos da Geração Distribuída O debate sobre o Fio B falha em um ponto crucial: o reconhecimento dos benefícios sistêmicos da Geração Distribuída (VGD). A GD não é apenas um usuário da rede; ela é um ativo que beneficia a distribuidora e o sistema como um todo. Ao gerar energia perto do ponto de consumo, a GD reduz as perdas técnicas na rede, alivia a carga sobre subestações, e permite que as distribuidoras adiem investimentos caros em expansão e reforço de linhas. Esses benefícios sistêmicos representam um VALOR da energia solar que a Lei 14.300 ainda não remunera adequadamente. A ANEEL está encarregada de realizar estudos periódicos para quantificar esses benefícios, mas até que a compensação seja justa, o setor clama que a cobrança integral do Fio B é prematura e injusta. A legislação pune o gerador por usar uma rede que ele próprio está ajudando a desafogar. A Corrida Contra o Tempo e o Mercado Solar A Lei 14.300 estabeleceu uma regra de direitos adquiridos (*grandfathering*) que criou uma corrida frenética. Projetos protocolados até o final de 2022 garantiram o direito de compensação integral pelo net metering até 2045. Quem ficou de fora dessa janela de tempo agora se depara com a dura realidade do Fio B. O mercado solar enfrenta agora um período de ajustes. A queda na rentabilidade força o setor a inovar. Uma das saídas é o autoconsumo instantâneo, onde o sistema é dimensionado para que a maior parte da energia solar gerada seja consumida imediatamente, minimizando o volume injetado na rede e, consequentemente, a cobrança do Fio B. O futuro da energia no Brasil continua sendo solar, mas com regras do jogo reescritas. A Lei 14.300 é um passo doloroso na maturidade do setor. O corte de até 80% do retorno da energia solar nos créditos injetados é um lembrete severo de que a Geração Distribuída precisa encontrar um modelo econômico sustentável que equilibre os interesses dos geradores e das distribuidoras, garantindo que o VALOR da energia solar seja devidamente reconhecido. O prazo de retorno alongado será o novo normal. Visão Geral A introdução da Lei 14.300 alterou drasticamente a economia da Geração Distribuída ao taxar o uso da rede via Fio B. Isso impacta diretamente o retorno da energia solar, estendendo o prazo de retorno e exigindo novas estratégias no mercado solar brasileiro. Veja tudo de ” O Sol Cobrado Por que a Nova Lei da Geração Distribuída Ameaça Devorar 80% do Lucro Solar ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado