O Mapa Estratégico da EPE: Infraestrutura de R$ 42 Bilhões para Expansão do Gás Nacional Negócios by Portal Meus Investimentos - 3 de outubro de 2025 Publicidade A EPE lança o PNIIGB, um plano vital para destravar o gás do pré-sal e integrar o biometano à matriz energética brasileira. Conteúdo Desatando o Nó Logístico: A Conexão NTS/TBG e o Gás Nacional O Gás do Pré-sal: Uma Nova Rota para a Oferta de Gás Integração com o Biometano: O Toque Renovável do PNIIGB O Impacto no Despacho e na Sustentabilidade da Matriz Visão Geral A EPE acaba de soltar a versão para consulta pública do seu megaplano: o Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano (PNIIGB). Este documento não é apenas um estudo, é o mapa rodoviário que promete resolver os gargalos históricos de transporte e, finalmente, aumentar a oferta de gás nacional. A iniciativa da EPE chega em um momento crucial. Com a nova Lei do Gás impulsionando a abertura do mercado e a produção crescente do pré-sal, a pressão sobre a infraestrutura de escoamento e transporte atingiu o limite. O PNIIGB surge como a bússola para investimentos estratégicos. O objetivo central é claro: garantir que o gás nacional, abundante nas reservas *offshore*, chegue aos consumidores finais – e, crucialmente para nós, às termelétricas – de forma competitiva e segura. A expansão da oferta de gás é vista como um pilar fundamental para a segurança e a flexibilidade da nossa matriz elétrica. O plano abarca 14 projetos estratégicos e prevê um volume de investimentos superior a R$ 42 bilhões em gasodutos e *hubs* energéticos. Essa injeção de capital não só impulsiona a economia, mas também solidifica o gás natural como o combustível de transição para um futuro mais limpo e renovável. Desatando o Nó Logístico: A Conexão NTS/TBG e o Gás Nacional Um dos pontos mais críticos abordados pela EPE é a interligação das malhas de transporte no Sudeste. Hoje, a capacidade de fluxo de gás natural entre as redes da NTS (Nova Transportadora do Sudeste) e da TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil) é dramaticamente limitada. Essa restrição logrou a movimentação de apenas 12,5 milhões de metros cúbicos de gás nacional por dia no sentido Rio de Janeiro-São Paulo, o principal eixo de consumo industrial e geração termelétrica. É um verdadeiro engarrafamento energético. A solução da EPE, detalhada no PNIIGB, propõe uma nova infraestrutura que deve triplicar essa capacidade. A meta é permitir o transporte de até 40 milhões de m³ de gás por dia nesse eixo vital, aliviando a dependência do fluxo boliviano e dando vazão ao gás do pré-sal. Essa interligação é um divisor de águas. Ao aumentar a flexibilidade e a capacidade de movimentação do gás natural, a EPE está criando as condições para que o mercado atacadista funcione de forma mais líquida e eficiente, beneficiando diretamente as geradoras de energia. A garantia de um suprimento robusto e flexível de gás nacional é essencial. É isso que permite que nossas térmicas a gás entrem em operação rapidamente, servindo como *backup* confiável para a crescente inserção de fontes eólicas e solares intermitentes. O Gás do Pré-sal: Uma Nova Rota para a Oferta de Gás Outra prioridade da EPE está no pré-sal, a grande mina de gás nacional ainda subutilizada. O PNIIGB destaca a necessidade de nova infraestrutura de escoamento para campos promissores, como Bacalhau e Aram, na Bacia de Santos. Atualmente, uma parcela significativa do gás extraído do pré-sal é reinjetada por falta de gasodutos com capacidade de transporte. Isso representa um desperdício de um recurso estratégico que poderia estar alimentando indústrias e usinas. O novo gasoduto proposto pela EPE visa resolver esse desafio, garantindo que o gás chegue da costa *offshore* até as Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs). Sem essa infraestrutura, o volume de gás nacional disponível para o mercado seguirá limitado. A viabilização desses projetos de escoamento é um passo crucial para materializar o potencial do pré-sal. A EPE estima que essa nova rota irá adicionar milhões de metros cúbicos de gás por dia à oferta de gás nacional, impulsionando a competitividade industrial. A estratégia da EPE não se limita a ligar pontos, mas sim a criar um sistema resiliente. Com a diversificação das fontes de suprimento (boliviano, GNL e pré-sal) e rotas de transporte, a segurança energética do país será consideravelmente elevada, reduzindo riscos operacionais e de preço. Integração com o Biometano: O Toque Renovável do PNIIGB Um detalhe que agrada particularmente os entusiastas da sustentabilidade é a inclusão do Biometano no plano. O PNIIGB reconhece o biogás e o Biometano como componentes estratégicos para aumentar a oferta de gás de forma renovável e descentralizada. O Biometano, produzido a partir de resíduos orgânicos, é uma fonte de gás natural carbônica neutra, representando uma alternativa real e sustentável. A EPE projeta que a injeção desse gás verde na rede pode descentralizar a produção e fortalecer a economia circular. A infraestrutura de gás natural desenhada pela EPE deve ser *biometano-friendly*, permitindo que plantas de biogás de médio e pequeno porte se conectem ao sistema de gasodutos. É um casamento entre a robustez do fóssil e a sustentabilidade do renovável. Essa integração é vital para a matriz elétrica. O Biometano não só complementa a oferta de gás, mas também alinha o setor de gás natural com os compromissos climáticos do Brasil, reforçando a imagem de um setor elétrico focado na descarbonização. O plano da EPE sinaliza ao mercado que há um caminho claro para o crescimento do Biometano, desde que haja a infraestrutura adequada de coleta, tratamento e injeção nas redes. Os R$ 42 bilhões não são apenas para o pré-sal, mas para toda a cadeia de gás. O Impacto no Despacho e na Sustentabilidade da Matriz Para quem atua na geração de energia, a maior oferta de gás nacional e a melhoria da infraestrutura têm um impacto direto no despacho. A menor volatilidade e o preço mais competitivo do gás natural aumentam a atratividade das térmicas a gás em leilões de energia. Além disso, a capacidade de aumentar a oferta de gás permite que o Operador Nacional do Sistema (ONS) utilize as térmicas com mais confiança, garantindo o equilíbrio em momentos de baixa hidrologia ou de menor geração renovável. O aprimoramento dos gasodutos garante o suprimento para os novos polos termelétricos, especialmente aqueles localizados em áreas que hoje sofrem com limitações de transporte. O PNIIGB é, portanto, um plano de segurança energética. Visão Geral Em resumo, a EPE nos entrega um plano ambicioso e necessário. O PNIIGB é a chave para transformar nosso potencial de gás natural em realidade de mercado. A expansão da infraestrutura é o motor que vai garantir um futuro energético mais robusto, flexível e alinhado com a transição para fontes renováveis e o Biometano. O mercado agora tem a chance de se manifestar na Consulta Pública. Aproveitar esta onda de investimentos em infraestrutura e gás nacional será crucial para todos os *players* que buscam rentabilidade e sustentabilidade no setor elétrico brasileiro. A próxima década será a década do gás e do Biometano no Brasil. Veja tudo de ” O Mapa Estratégico da EPE: Infraestrutura de R$ 42 Bilhões para Expansão do Gás Nacional ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado