O Fim do Horário de Verão: Impactos e Perspectivas no Setor Elétrico Política by Portal Meus Investimentos - 30 de setembro de 2025 Câmara dos Deputados oficializa o fim do Horário de Verão. Entenda os impactos no setor elétrico e as alternativas para a gestão da demanda. Conteúdo Uma Retrospectiva Elétrica: O Propósito Original do Horário de Verão A Decisão da Câmara: Formalizando o Fim de Uma Era e Suas Razões O Setor Elétrico na Berlinda: Impactos da Ausência do Horário de Verão A “Cláusula de Salvaguarda”: Um Fio de Esperança em Crises Energéticas O Futuro da Gestão Energética: Além da Mudança de Horário Visão Geral No Brasil, poucas tradições geravam tantos debates quanto o famoso Horário de Verão. A cada ano, a “dança” dos ponteiros dividia opiniões, entre aqueles que celebravam o pôr do sol mais tardio e os que amaldiçoavam o despertar no escuro. Agora, essa era parece ter chegado ao fim de forma definitiva. A Câmara dos Deputados aprovou um projeto que formaliza a proibição da medida em todo o território nacional. Para nós, profissionais do setor elétrico, que vivenciamos as nuances e os impactos dessa mudança anual na gestão da demanda e na geração de energia, a notícia não é apenas uma curiosidade política, mas um marco que exige análise aprofundada sobre a sustentabilidade e a resiliência da nossa matriz. Embora o Brasil não adote o Horário de Verão desde 2019, a decisão da Câmara consolida legalmente o que era, até então, um decreto presidencial. Essa formalização encerra um capítulo de quase 90 anos da nossa história energética, reabrindo debates essenciais sobre como a energia elétrica será gerida em um país tropical de dimensões continentais, sem o “ajuste” sazonal do relógio. A discussão vai além da preferência pessoal por mais luz solar; ela toca diretamente na segurança energética, nos investimentos em infraestrutura e na otimização das nossas crescentes fontes de energia limpa. Uma Retrospectiva Elétrica: O Propósito Original do Horário de Verão O Horário de Verão foi instituído no Brasil pela primeira vez em 1931, sob o governo de Getúlio Vargas, com um objetivo primordial: economizar energia elétrica. A ideia era simples: ao adiantar os relógios em uma hora durante os meses mais quentes, a população aproveitaria melhor a luz natural do fim da tarde, atrasando o acionamento da iluminação artificial e, consequentemente, aliviando o pico de consumo que ocorria justamente nesse período. Era uma medida de eficiência energética rudimentar, mas eficaz para a época. A Decisão da Câmara: Formalizando o Fim de Uma Era e Suas Razões O projeto aprovado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados reúne diversas propostas que visavam extinguir de vez o Horário de Verão. O relator do texto, Otto Alencar Filho (PSD-BA), destacou que a medida não apresentava mais os benefícios esperados em termos de economia de energia e gerava desconforto para uma parcela significativa da população. A medida legaliza a suspensão que já ocorria desde 2019, alterando os Decretos 2.784/13 e 4.295, que regulam a hora legal no país. O Setor Elétrico na Berlinda: Impactos da Ausência do Horário de Verão Para o setor elétrico, a ausência do Horário de Verão impõe novos desafios e a necessidade de reavaliar estratégias. Sem o adiantamento do relógio, o período de maior demanda por energia elétrica tende a se concentrar ainda mais no final da tarde e início da noite, quando a geração solar fotovoltaica começa a declinar. Este novo perfil de carga exige uma maior flexibilidade e capacidade de resposta do sistema. A “Cláusula de Salvaguarda”: Um Fio de Esperança em Crises Energéticas Um dos pontos mais relevantes do projeto aprovado pela Câmara, e que interessa diretamente aos profissionais do setor elétrico, é a inclusão de uma “cláusula de salvaguarda”. O texto prevê a possibilidade de o Poder Executivo restabelecer o Horário de Verão em “casos de crise energética” ou “momentos de crise no sistema elétrico“. Essa brecha revela uma preocupação latente com a capacidade do sistema de lidar com situações extremas sem o auxílio do ajuste no relógio. O Futuro da Gestão Energética: Além da Mudança de Horário Com o fim oficial do Horário de Verão, o setor elétrico brasileiro é impulsionado a buscar soluções mais sofisticadas e duradouras para a gestão da demanda e a otimização da geração de energia. Investimentos em eficiência energética por parte dos consumidores, programas de resposta à demanda que incentivem o deslocamento do consumo para horários de menor carga e a expansão de tecnologias de armazenamento de energia são essenciais. Visão Geral A aprovação do projeto pela Câmara que proíbe o Horário de Verão marca o fim de uma era, mas abre um novo capítulo para o setor elétrico brasileiro. É uma vitória para a opinião pública e um reconhecimento de que as necessidades do nosso sistema evoluíram. Contudo, para nós, que trabalhamos com energia limpa, economia e sustentabilidade, o trabalho continua. A segurança energética do Brasil dependerá, mais do que nunca, de um planejamento robusto, de investimentos em infraestrutura e tecnologia, e da contínua busca por soluções inovadoras que maximizem o potencial das nossas fontes renováveis e garantam o fornecimento de energia elétrica de forma confiável e eficiente. O relógio pode ter parado de ser adiantado, mas o tempo para o avanço do setor elétrico brasileiro é agora. O desafio é garantir que a sustentabilidade e a segurança energética caminhem de mãos dadas, sem a necessidade de recorrer a medidas temporárias. Veja tudo de ” O Fim do Horário de Verão: Impactos e Perspectivas no Setor Elétrico ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado