O crescimento desordenado da energia solar pode sair caro para o Brasil Economia by Portal Meus Investimentos - 13 de setembro de 2025 Publicidade O Brasil precisa agir com responsabilidade, para que a transição energética não comprometa a segurança elétrica nem onere ainda mais a conta de luz dos brasileiros. por Marcos Madureira, presidente da Abradee No último Dia dos Pais, o Brasil quase viveu um colapso no fornecimento de energia elétrica. Em apenas alguns minutos, a geração de energia solar conhecida como micro e minigeração distribuída (MMGD), produziu tanto que o Operador Nacional do Sistema (ONS) teve de desligar praticamente todas as usinas eólicas e solares centralizadas, além de reduzir o uso das hidrelétricas. Sobrou uma margem mínima de manobra, de cerca de 2 gigawatts, para evitar o apagão. Esse episódio foi mais um alerta ao sistema elétrico brasileiro. Ele mostrou que o crescimento acelerado da MMGD, como está acontecendo hoje, traz riscos reais de segurança e de aumento de custos para todos os consumidores. O sistema elétrico precisa funcionar como uma balança em equilíbrio permanente entre oferta e demanda. Só que, além desse equilíbrio, é necessário manter a tensão, a frequência e a estabilidade da rede. Quando milhões de pequenos geradores injetam energia ao mesmo tempo, sem que o operador tenha visibilidade ou instrumentos de coordenação, a rede fica frágil. É como dirigir um carro em alta velocidade sem freio: qualquer imprevisto pode causar um acidente. Há quem afirme que os problemas se resolvem apenas com mais linhas de transmissão. Esse é um equívoco perigoso. O episódio recente deixou claro que não basta reforçar a transmissão: mesmo que se construam novas linhas, a MMGD continuará pressionando o sistema, porque ela não oferece ao operador os recursos de estabilidade que as grandes usinas entregam. Além disso, construir infraestrutura de transmissão apenas para absorver a geração distribuída seria economicamente inviável, já que significaria destinar bilhões de reais a obras que não resolvem a raiz do problema. Esse custo, inevitavelmente, acabaria recaindo sobre todos os consumidores, inclusive aqueles que não têm condições de instalar painéis solares. Portanto, a MMGD, da forma como avança hoje, gera distorções. Ela transfere custos de manutenção e reforço da rede para quem não possui geração própria e, ao mesmo tempo, expõe o sistema a riscos de instabilidade. Isso não é justo nem sustentável. Por isso, precisamos de regras modernas que condicionem a expansão da geração distribuída a critérios técnicos claros, que tragam equilíbrio ao sistema e garantam que os custos sejam arcados de maneira adequada. O Brasil precisa agir com responsabilidade, para que a transição energética não comprometa a segurança elétrica nem onere ainda mais a conta de luz dos brasileiros. Esse é o debate que precisamos enfrentar com franqueza: o crescimento da MMGD precisa ocorrer dentro de limites que respeitem a rede e a coletividade. Sem isso, corremos o risco de trocar um futuro sustentável por um presente instável e caro. Veja tudo de ” O crescimento desordenado da energia solar pode sair caro para o Brasil ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado