UE e Mercosul: A maior zona de livre comércio global surge em meio à guerra comercial de Trump.

Há quase três décadas em negociação, o tratado de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul deu um passo significativo em 3 de setembro. A Comissão Europeia, que funciona como o “executivo” da UE, apresentou sua proposta de texto final para o acordo ao Conselho Europeu, composto pelos líderes dos países-membros. Este avanço é notável, especialmente porque ocorre no mesmo ano em que o então presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou uma guerra comercial global, impondo altas tarifas e pressionando até mesmo aliados tradicionais.

Um Gigante Comercial em Formação

Se for concretizado, este acordo tem o potencial de criar a maior área de livre comércio do mundo. Ele uniria um mercado gigantesco com mais de 700 milhões de consumidores, fortalecendo as relações entre dois blocos formados por nações democráticas. Isso significa mais oportunidades de negócios, acesso a uma variedade maior de produtos e um impulso significativo para as economias envolvidas.

A Estrutura do Acordo: Duas Partes Distintas

Para agilizar sua aprovação, o acordo foi dividido em duas partes principais. A primeira é a parte “comercial”, que trata diretamente da redução de tarifas e barreiras ao comércio. A segunda parte é “mais abrangente”, incluindo provisões importantes sobre temas como meio ambiente, direitos humanos, padrões de trabalho e regulação digital. Essa divisão estratégica permite que diferentes aspectos do tratado sejam tratados de forma mais eficiente durante o processo de ratificação.

O Caminho para a Aprovação

O processo de aprovação é complexo e envolve múltiplas etapas em ambos os lados. Na União Europeia, a parte comercial exige o aval de 15 dos 27 países-membros (que representem pelo menos 65% da população do bloco) no Conselho, e depois uma maioria simples no Parlamento Europeu. Já a parte política, que aborda questões mais amplas, precisa ser aprovada pelos Parlamentos de cada país individualmente. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou os benefícios imediatos: “As empresas da UE e o setor agroalimentar da UE colherão imediatamente os benefícios da redução das tarifas e dos custos, contribuindo para o crescimento econômico e a criação de empregos. A UE já é o maior bloco comercial do mundo e estes acordos consolidarão esta posição.” Do lado do Mercosul, o acordo também deve ser aprovado pelos Congressos dos seus membros plenos: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Visão Geral

Em suma, o avanço do acordo UE-Mercosul representa um marco importante para o comércio global e a cooperação internacional. Em um cenário de tensões comerciais, a criação de uma das maiores zonas de livre comércio do mundo promete impulsionar o crescimento econômico e fortalecer laços democráticos. A sua estrutura de duas partes e o complexo processo de aprovação refletem a magnitude e a importância dos temas envolvidos, desde o comércio direto até questões ambientais e sociais. A expectativa é que este tratado traga benefícios substanciais para empresas e consumidores em ambos os blocos, consolidando a posição da UE como um gigante comercial e abrindo novas portas para o Mercosul.

Leia: presidência do Brasil no Mercosul define cinco prioridades

Leia: pode aumentar a lista de produtos sem tarifas no Mercosul

Créditos: Misto Brasil

Veja tudo de ” Mercosul e Europa estreitam laços ” em: Portal Energia Limpa.