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Interligação de Roraima ao SIN: Reconhecimento Formal em Janeiro de 2026

A conexão definitiva de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) será formalmente reconhecida em janeiro de 2026, marcando o fim da dependência de geração a diesel.

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Marco Histórico: Cronograma do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)

A espera está chegando ao fim, e o cronograma do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) foi confirmado por fontes oficiais: a Interligação de Roraima com o Sistema Interligado Nacional (SIN) será formalmente reconhecida em janeiro de 2026. Este é um momento divisor de águas para a matriz elétrica brasileira e, principalmente, para o futuro da geração limpa e da economia no extremo Norte do país.

Para os profissionais do setor, a data de janeiro de 2026 não é apenas um marco de engenharia, mas a consolidação de uma década de planejamento estratégico. A conexão do último estado isolado ao SIN encerra um ciclo de dependência energética dispendiosa, pavimentando o caminho para a matriz mais limpa e economicamente mais eficiente.

Fim da Era Diesel: O Impacto Econômico da Interligação de Roraima

A principal consequência da Interligação de Roraima ser plenamente reconhecida em janeiro de 2026 é o virtual encerramento da geração termelétrica a diesel. O estado de Roraima, operando historicamente de forma autônoma (ou off-grid), possuía um dos custos de geração mais elevados do Brasil, repassados via subsídios onerosos da CDE.

Com o Linhão Manaus-Boa Vista totalmente integrado e sob controle do ONS, a energia que fluirá para Roraima virá, prioritariamente, de fontes renováveis (hidrelétricas e eólicas) já existentes no SIN. A expectativa é de uma economia anual que pode superar a casa dos R$ 500 milhões, valor que deixa de ser drenado dos cofres públicos e, por consequência, das tarifas nacionais.

Os especialistas em economia do setor energético preveem um efeito cascata. A estabilidade no suprimento atrairá novos investimentos, fomentando o desenvolvimento industrial e comercial que, antes, era barrado pelo custo proibitivo da energia base. A interligação transforma Roraima de um ponto de custo para um polo potencial de geração e consumo qualificado.

A plena reconhecimento significa que as usinas térmicas locais entrarão em stand-by de contingência, operando apenas em cenários extremos de falha no Linhão. Isso representa uma vitória da sustentabilidade, com a eliminação de mais de 1 milhão de toneladas de emissões anuais de $text{CO}_2$ provenientes do óleo diesel.

A Consolidação Operacional sob o ONS e a Estabilidade do Linhão

O período entre a energização inicial (que ocorreu em setembro de 2025) e o reconhecimento em janeiro de 2026 é o período de testes críticos de sincronismo e estabilidade. O ONS, como gestor da operação, precisa garantir que a longa linha de transmissão de 500 kV se comporte como uma extensão confiável da rede nacional.

A interligação de Roraima é um desafio logístico e técnico monumental, dada a extensão da linha e as condições climáticas da região amazônica. A fase de testes visa garantir que a energia limpa do SIN possa atender aos picos de demanda de Boa Vista sem causar instabilidades na rede de origem (o sistema que atende Manaus e o restante do país).

O reconhecimento oficial em janeiro de 2026 significa que o estado passará a ser despachado pelo ONS e a CCEE começará a contabilizar a energia injetada e consumida dentro dos modelos de contratação de longo prazo. A partir desta data, a gestão do risco hidrológico e térmico do Norte será centralizada.

Para o setor de transmissão, a conclusão deste projeto, avaliado em cerca de R$ 2,6 bilhões, atesta a capacidade de execução de megaprojetos de infraestrutura essenciais para a integração nacional, algo fundamental para a segurança da matriz.

Oportunidades para a Geração Limpa no Estado Pós-Interligação

O fim do isolamento abre as portas para a geração limpa local em Roraima. Com a garantia de suprimento do SIN, o estado pode agora focar no desenvolvimento de projetos de geração renovável próprios, com o ONS atuando como comprador de energia no mercado de curto prazo, se necessário.

A interligação confere um status de confiabilidade que a atração de investimento em energia renovável exige. Projetos eólicos, solares ou mesmo de biomassa (aproveitando resíduos regionais) ganham viabilidade econômica, pois o risco de curtailment (restrição de despacho por falta de escoamento ou estabilidade) é drasticamente reduzido.

Além da energia, a infraestrutura do Linhão carrega cabos de fibra óptica que servirão de espinha dorsal para a conectividade digital. Este binômio – energia limpa e conectividade – é um catalisador poderoso para a modernização social e econômica do estado, transformando o panorama do mercado elétrico local.

A expectativa de todos os players do setor é que, após o reconhecimento em janeiro de 2026, Roraima se integre rapidamente aos mecanismos de contratação de energia do país, com foco prioritário em fontes de energia limpa para maximizar os benefícios ambientais e econômicos da conexão ao SIN.

Lições para a Integração de Sistemas Isolados no Brasil

A experiência da Interligação de Roraima será um estudo de caso valioso para o ONS e para o MME. Enquanto o Linhão resolveu o problema do estado mais isolado, o Brasil ainda possui outros Sistemas Isolados (como as ilhas do Amapá antes da conexão) que requerem atenção.

A lição aprendida é que o investimento maciço em infraestrutura de transmissão, embora custoso inicialmente, é o caminho mais seguro e sustentável a longo prazo, superando a dependência de combustíveis fósseis caros e voláteis. A disciplina na execução do cronograma, culminando no reconhecimento em janeiro de 2026, é o grande triunfo da gestão do projeto.

Para a comunidade de profissionais, este evento reforça a importância da engenharia de sistemas interligados. A sincronia entre a obra física, a regulação da ANEEL e a operação do ONS foi exemplar.

O reconhecimento em janeiro de 2026 é mais do que um check no to-do list do setor elétrico; é a integração definitiva do Brasil em sua plenitude territorial e energética. A partir desta data, a narrativa de Roraima muda de dependência para participação ativa no fornecimento de energia limpa ao país.

Visão Geral

A Interligação de Roraima ao SIN, com reconhecimento em janeiro de 2026, marca a eliminação de custos com geração a diesel, promove a sustentabilidade e atrai investimento em energia renovável, estabilizando a operação sob a gestão do ONS.

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