Incentivos Fiscais para Baterias: Proposta de Braga no Leilão de Armazenamento de Energia Política by Portal Meus Investimentos - 29 de outubro de 2025 Proposta do Senador Braga visa impulsionar baterias no Brasil via desoneração fiscal, evitando custos diretos ao consumidor na tarifa de energia. Conteúdo [Visão Geral sobre o Armazenamento de Energia e a MP 1.304](#visao-geral) [Armazenamento de Energia: A Ponte para a Flexibilidade](#ponte-flexibilidade) [O Modelo Foco: Incentivos Fiscais, Não Subsídios](#modelo-foco) [O Teto de Gastos e a MP 1.304](#teto-gastos) [A Crítica ao Leilão de Baterias e o Custo ao Consumidor](#critica-leilao) [Armazenamento Distribuído e Centralizado: Ganhos Sistêmicos](#armazenamento-ganhos) [A Convergência Regulatório-Tecnológica](#convergencia) Visão Geral O futuro da expansão renovável e da estabilidade da rede no Brasil passa, inevitavelmente, pelo armazenamento de energia. No epicentro deste debate regulatório está o senador Eduardo Braga (MDB/AM), relator da crucial MP 1.304, que propôs uma arquitetura ousada: impulsionar a tecnologia de baterias no país, mas rejeitando veementemente qualquer subsídio que onere o consumidor na tarifa de energia. A proposta surge em meio a crescentes expectativas de leilão de capacidade de armazenamento de energia, pressionando o setor a encontrar um modelo de financiamento justo e sustentável. A principal mensagem de Braga ao setor elétrico é de que a inserção de Sistemas de Armazenamento de Energia em Baterias (BESS) é vital para garantir a flexibilidade e segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN), cada vez mais dependente de fontes intermitentes como solar e eólica. Contudo, essa modernização deve ser paga com inteligência regulatória, e não com dinheiro novo e caro tirado diretamente do bolso do consumidor. Armazenamento de Energia: A Ponte para a Flexibilidade A integração massiva de geração limpa tem trazido o desafio da intermitência à tona. O sol se põe, o vento cessa, e o sistema precisa de uma resposta imediata para manter a frequência e a tensão estáveis. É aí que as baterias entram como o game changer. Elas podem absorver o excedente de energia em momentos de pico de produção e injetá-lo rapidamente na rede quando a demanda é alta ou a oferta renovável cai. O mercado global já reconheceu a importância do armazenamento de energia. O Brasil, com seu enorme potencial solar e eólico, precisa de uma política clara para catalisar a instalação desses sistemas. A proposta de Braga na MP 1.304 não é apenas sobre incentivar a tecnologia; é sobre reconhecer que a infraestrutura de baterias é essencial para evitar congestionamentos na transmissão e garantir a segurança operacional. O Modelo Foco: Incentivos Fiscais, Não Subsídios A grande virada na proposta do relator reside na fonte dos incentivos. Braga foi explícito ao afirmar que o consumidor não deve pagar a conta por leilão de baterias via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) ou qualquer outro subsídio tarifário cruzado. Ele defende que o incentivo deve vir de outro campo: o fiscal. O cerne da medida provisória é estabelecer incentivos fiscais para a importação e, futuramente, a produção nacional de componentes de baterias e sistemas BESS. A desoneração de impostos federais (como PIS/Cofins, IPI) sobre os equipamentos de armazenamento de energia reduz o Custo Nivelado de Energia (LCOE) do projeto, tornando-o economicamente viável sem aumentar a tarifa do consumidor. Essa abordagem é vista como um sinal de maturidade regulatória. Ao invés de criar um custo permanente para o consumidor, o governo e o Congresso utilizam a política tributária para dar o pontapé inicial na curva de aprendizado da tecnologia. O objetivo de Braga é injetar competitividade no setor, mantendo o foco na eficiência. O Teto de Gastos e a MP 1.304 Para garantir que os incentivos fiscais não se transformem em um rombo nas contas públicas, a MP 1.304 deve prever limites claros. Há expectativas no mercado de que o relatório de Braga estabeleça um teto de gastos ou de incentivos acumulados, que pode girar em torno de R$ 1 bilhão, para os primeiros anos de implementação. Esse limite é crucial para dar tranquilidade ao Ministério da Fazenda e aos órgãos de controle. Os incentivos para baterias, diferentemente de subsídios diretos, têm o potencial de gerar receitas indiretas por meio do destravamento de investimentos e da criação de empregos, acelerando a expansão renovável. A proposta do senador é um convite à indústria. Ao reduzir o custo de capital para o armazenamento de energia, ele estimula que mais projetos, tanto de grande porte quanto na MMGD (Micro e Mini Geração Distribuída), incorporem as baterias como parte da solução energética, e não apenas como um custo adicional. A Crítica ao Leilão de Baterias e o Custo ao Consumidor A pressão governamental para realizar um leilão de baterias focado apenas na expansão da capacidade levantou a preocupação de Braga. O senador criticou a possibilidade de que o custo da contratação dessa capacidade de armazenamento de energia seja integralmente repassado ao consumidor via encargos. Para o relator da MP 1.304, qualquer leilão que envolva baterias deve ser estruturado de forma a remunerar os serviços ancilares e a flexibilidade que o sistema BESS oferece, e não apenas a capacidade instalada. Ele exige que o modelo de leilão seja mais sofisticado, garantindo que os ônus sejam compartilhados de maneira justa com o sistema, e não apenas pelo consumidor cativo. A expectativa de leilão para dezembro ou início do próximo ano colocou a discussão sobre incentivos fiscais no centro da agenda. É consenso entre os especialistas que sem uma política de apoio, o preço final do MWh de armazenamento de energia pode ser impraticável para o consumidor brasileiro. Armazenamento Distribuído e Centralizado: Ganhos Sistêmicos Os incentivos para baterias propostos por Braga têm o mérito de olhar tanto para o armazenamento de energia centralizado (grandes parques) quanto para o distribuído (MMGD). No setor centralizado, o BESS pode ser instalado em subestações estratégicas para aliviar congestionamentos de transmissão, um benefício sistêmico que diminui a necessidade de curtailment de energia renovável. Já na MMGD, os incentivos fiscais tornam as baterias acessíveis para residências e empresas, permitindo que eles armazenem o excedente solar para uso noturno, reduzindo a demanda de pico e estabilizando a rede de distribuição. O ganho para o consumidor final, neste caso, não vem de um subsídio, mas sim da eficiência. Com menos necessidade de acionar termelétricas caras em horários de pico, e com o alívio das restrições de rede, a tendência é de uma pressão de baixa na tarifa global. O foco da MP 1.304 é transformar as baterias em um ativo de valor agregado, e não em um custo subsidiado. A Convergência Regulatório-Tecnológica A proposta de Eduardo Braga representa uma guinada na política energética nacional, forçando uma reflexão profunda sobre como financiar a próxima etapa da transição energética. Ao priorizar os incentivos fiscais em detrimento dos subsídios diretos, a MP 1.304 pavimenta o caminho para a viabilidade econômica do armazenamento de energia no Brasil. O debate em torno do leilão de baterias será o termômetro para medir a aceitação do modelo de Braga. Se o leilão for bem-sucedido e atrair grandes players sem onerar o consumidor, a estratégia de incentivos fiscais terá provado ser a chave para acelerar a adoção de baterias e consolidar o país como líder global em energia renovável inteligente. O setor elétrico aguarda a votação da MP 1.304 para finalmente destravar a era do armazenamento de energia. Veja tudo de ” Incentivos Fiscais para Baterias: Proposta de Braga no Leilão de Armazenamento de Energia ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado