Ibama Indeferiu Licença Prévia para Termelétrica Bilionária, Acelerando a Transição Energética Negócios by Portal Meus Investimentos - 17 de outubro de 2025 Publicidade Decisão do Ibama sobre a UTE Brasília sinaliza maior rigor com projetos de gás natural e prioridade para critérios ESG. O Ibama indeferiu a licença prévia para a Usina Termelétrica (UTE) Brasília, um projeto da Termo Norte Energia, destacando o veto ambiental como um sinal regulatório forte para a priorização da energia limpa sobre grandes projetos de gás natural. Conteúdo Visão Geral do Veto Ambiental O Confronto entre Gás e Sustentabilidade no Setor Elétrico As Razões Técnicas do Veto do Ibama O Impacto Financeiro e o Futuro do Gás Compulsório O Vento Sopra para as Renováveis e o Armazenamento Visão Geral O setor elétrico brasileiro presenciou um veto ambiental de peso: o Ibama indeferiu a licença prévia para a construção da Usina Termelétrica (UTE) Brasília, um projeto bilionário com 1.470 MW de potência, proposto pela Termo Norte Energia. A decisão, baseada em impactos ambientais e sociais irresolúveis, coloca um ponto de interrogação sobre a viabilidade de grandes projetos a gás natural em áreas de alta sensibilidade. Para os profissionais que planejam a transição energética, o veto do Ibama não é apenas uma notícia administrativa. É um sinal regulatório fortíssimo de que os critérios de ESG (Ambiental, Social e Governança) e a pressão por energia limpa estão se sobrepondo à urgência do gás como fonte de segurança energética. A Termo Norte, que tem entre seus sócios o empresário Carlos Suarez, conhecido como o “rei do gás”, agora enfrenta um revés significativo. A UTE Brasília estava prevista para ser instalada na região administrativa de Samambaia, no Distrito Federal. A recusa da licença prévia (LP) encerra a primeira fase do licenciamento, onde o órgão ambiental avalia a localização e a concepção do projeto. A magnitude do investimento e a localização central fazem deste indeferimento um marco na história recente do licenciamento ambiental no setor elétrico. O cerne da questão reside na incompatibilidade da termelétrica a gás com o entorno. O Ibama citou, de forma contundente, a proximidade do empreendimento com áreas urbanas, incluindo uma escola, e os potenciais impactos negativos sobre os recursos hídricos da região, especificamente um rio importante para o DF. O Confronto entre Gás e Sustentabilidade no Setor Elétrico O Brasil tem impulsionado o gás natural como um *combustível de transição*, necessário para dar *firmeza* e flexibilidade ao sistema elétrico, complementando a intermitência da energia solar e eólica. A Lei 14.182/2021 (de privatização da Eletrobras) inclusive obrigou a contratação de milhares de megawatts de térmicas a gás em regiões específicas, uma política que gerou controvérsia. A UTE Brasília representava uma fatia significativa desse planejamento. O indeferimento, portanto, não afeta apenas a Termo Norte, mas coloca em xeque a estratégia de segurança energética baseada em grandes centrais térmicas que dependem de longos e complexos processos de licenciamento, sobretudo em locais de alta densidade populacional. A decisão reforça que, mesmo com a necessidade premente de firmeza no sistema, o fator ambiental não é negociável. Para o investidor do setor elétrico, essa negativa aumenta o risco regulatório e judiciário associado a projetos de energia fóssil de grande porte, sinalizando que a transição limpa precisa ser planejada com maior aderência aos critérios de sustentabilidade. O projeto da Termo Norte sofreu intensa resistência popular e de organizações ambientalistas. Audiências públicas foram suspensas e adiadas diversas vezes, evidenciando o forte atrito social. O Ibama, ao formalizar o indeferimento da licença, valida as preocupações da sociedade civil sobre poluição atmosférica e hídrica. As Razões Técnicas do Veto do Ibama A Usina Termelétrica Brasília planejada utilizaria gás natural para gerar 1.470 MW, uma capacidade considerável. No entanto, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) apresentados pela Termo Norte foram considerados insuficientes ou falhos pelo Ibama. O órgão ambiental destacou que a implantação da usina em Samambaia causaria impactos diretos em uma área já sensível. A emissão de poluentes atmosféricos, mesmo dentro de padrões técnicos, foi criticada pela proximidade de núcleos urbanos e, crucialmente, de uma instituição de ensino. O fator saúde pública tornou-se um argumento central no processo. Outro ponto decisivo foi o uso de recursos hídricos. Termelétricas exigem grande volume de água para resfriamento e outros processos. O Ibama avaliou que o consumo e o efluente gerado pela UTE Brasília trariam prejuízos ao corpo hídrico receptor na região do Distrito Federal, um fator crítico em uma área que já enfrenta desafios de suprimento. A pressão por energia limpa e a busca por maior rigor na avaliação de termelétricas são tendências globais. O Ibama agiu, neste caso, como um guardião das políticas ambientais que buscam desincentivar a dependência de fósseis, mesmo que o gás natural seja visto como menos poluente que o carvão ou óleo combustível. O Impacto Financeiro e o Futuro do Gás Compulsório O indeferimento da licença do Ibama representa uma perda imediata de valor para a Termo Norte e seus investidores. Projetos que dependem da segurança energética de longo prazo e que já possuíam contratos de venda de energia (PPA) agora enfrentam incerteza jurídica e a necessidade de reestruturação. O revés pode forçar a Termo Norte a buscar uma nova área de implantação, um processo que exigirá um novo licenciamento e, inevitavelmente, anos de atraso. Alternativamente, a empresa pode recorrer administrativamente ou judicialmente da decisão, mas o histórico de rigor do Ibama sugere que o caminho será árduo. Para o setor elétrico como um todo, o caso UTE Brasília intensifica o debate sobre a Lei do Gás Compulsório. Se o Ibama continuar a negar licenças para projetos ambientalmente questionáveis, o próprio cumprimento da lei de contratação obrigatória pode ser comprometido, expondo o planejamento governamental a falhas de execução. A lição para investidores é clara: o licenciamento ambiental prévio deve ser tratado como um risco regulatório fundamental. A due diligence ambiental e social precisa ser mais robusta do que a técnica e econômica. O mercado financeiro, cada vez mais atento aos critérios ESG, verá este indeferimento como um alerta para a alocação de capital em infraestrutura de energia fóssil. O Vento Sopra para as Renováveis e o Armazenamento A fragilidade demonstrada pelos grandes projetos de termelétricas a gás centralizadas, como a UTE Brasília, acaba por fortalecer a narrativa e a urgência de fontes de energia limpa descentralizadas e soluções de armazenamento. A energia solar e eólica, associadas a baterias, oferecem a flexibilidade de que o sistema precisa sem os pesados impactos ambientais e sociais. A transição energética exige fontes de firmeza, mas o modelo de grandes usinas térmicas que causam conflitos de uso de solo e poluição está perdendo espaço. O veto do Ibama reforça a necessidade de o governo e o setor elétrico investirem em tecnologias que proporcionem segurança energética sem sacrificar o meio ambiente e a qualidade de vida das comunidades. O indeferimento da licença da Termo Norte é um catalisador. Ele acelera a reflexão sobre qual tipo de segurança energética o Brasil realmente deseja construir: uma dependente de gás e de decisões regulatórias questionáveis, ou uma baseada em energia renovável, eficiência e pleno compliance ambiental. A Termelétrica Brasília não será construída, mas o debate que ela gerou é fundamental para o futuro do setor elétrico limpo no país. Veja tudo de ” Ibama Indeferiu Licença Prévia para Termelétrica Bilionária, Acelerando a Transição Energética ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado