Freio de R$ 21,8 bilhões no PIB para a IA

Um estudo recente revela que a proposta de um novo modelo de remuneração de direitos autorais para a inteligência artificial (IA) no Brasil, contida no Projeto de Lei 2.338/23, pode ter um impacto financeiro significativo. A análise aponta para uma perda de R$ 21,8 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do país ao longo dos próximos dez anos. Essa redução se daria pela restrição dos ganhos de produtividade que a tecnologia de IA pode oferecer.

O levantamento, realizado pela consultoria econômica Ecoa, foi divulgado no âmbito do Observatório de Direitos Autorais e Tecnologia.

Como a Inteligência Artificial Transforma a Produtividade?

A adoção da IA generativa em diversas áreas da economia tem sido um motor para o aumento da produtividade do trabalho. Esse avanço tem impactos diretos e mensuráveis no crescimento econômico dos países que investem na tecnologia. A melhoria da produtividade ocorre de duas formas principais:
* **Uso Automativo:** Quando a IA automatiza tarefas, liberando tempo e recursos humanos para outras atividades.
* **Uso Aumentativo:** Quando a IA complementa e potencializa as habilidades cognitivas humanas, tornando as pessoas mais eficientes em suas atividades.

Os Desafios da Proposta de Remuneração de Direitos Autorais

O Projeto de Lei 2.338/23, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados, sugere um modelo de remuneração de direitos autorais que pode criar um obstáculo: restringir o acesso dos sistemas de IA a dados essenciais para o seu treinamento. Essa limitação poderia frear o “uso aumentativo” dessas tecnologias, onde a IA atua como um complemento para o trabalho humano.

A consequência seria uma redução nos impactos positivos da IA sobre o PIB, que cairiam de 3,2% para 3% em uma década – equivalente à perda já mencionada de R$ 21,8 bilhões. Silvia Fagá, sócia da Ecoa e autora do estudo, explica que isso “pode comprometer a eficácia das ferramentas e, consequentemente, os ganhos de produtividade para quaisquer empresas brasileiras que adotam essas inteligências artificiais”. Pedro Henrique Ramos, diretor-executivo do Reglab, reforça a ideia: “Uma tarefa que leva 30 minutos pode cair para 8 com a ajuda de uma IA, ou 10, se a tecnologia não estiver bem calibrada com dados locais. Essa diferença de dois minutos pode parecer pequena, mas, multiplicada por milhões de pessoas, todos os dias, são bilhões perdidos em produtividade”.

Visão Geral

Em resumo, a proposta de um modelo de remuneração de direitos autorais para a inteligência artificial, conforme discutido no PL 2.338/23, levanta preocupações significativas. Ao potencialmente restringir o acesso das IAs a dados para treinamento, o projeto pode limitar o seu potencial de aumentar a produtividade e complementar o trabalho humano. Isso, por sua vez, pode levar a uma perda econômica substancial para o Brasil, comprometendo a eficácia das ferramentas de IA e os ganhos de produtividade essenciais para o desenvolvimento do país nos próximos anos.

Créditos: Misto Brasil

Veja tudo de ” IA redefine PIB com 21 bilhoes ” em: Portal Energia Limpa.