Gigante do Agronegócio Entra no Nuclear: Âmbar Compra Fatia da Eletrobras na Eletronuclear Negócios by Portal Meus Investimentos - 15 de outubro de 2025 Publicidade Setor Elétrico testemunha realocação estratégica com a Âmbar Energia adquirindo participação minoritária na Eletronuclear. O panorama do Setor Elétrico brasileiro testemunha uma das mais significativas realocações de ativos estratégicos da história recente. A Eletrobras concluiu a venda de sua participação minoritária na Eletronuclear (Eletrobras Termonuclear S.A.) para a Âmbar Energia, holding de infraestrutura do grupo J&F, de propriedade dos irmãos Batista. Esta transação, avaliada em cerca de R$ 535 milhões, é muito mais do que um movimento financeiro; ela sinaliza a entrada definitiva do capital privado no segmento de Energia Nuclear e estabelece o novo arranjo societário que visa, primordialmente, destravar a conclusão da usina Angra 3. Conteúdo A Nova Estrutura Societária Pós-Privatização A Estratégia da Âmbar: De Gás a Geração Firme O Foco Bilionário: Destravando Angra 3 A Energia Nuclear como Pilar da Transição Energética Governança e a Vigilância Regulatória Visão Geral Visão Geral A conclusão da venda da participação minoritária da Eletrobras na Eletronuclear para a Âmbar Energia (grupo J&F) marca a entrada formal do capital privado no segmento de Energia Nuclear brasileiro. O principal objetivo desta reestruturação societária, que mantém o controle da União via ENBPar, é assegurar o Financiamento e a gestão necessária para finalizar a usina Angra 3, fundamental para a Geração Firme do país. A Nova Estrutura Societária Pós-Privatização A desvinculação da Eletronuclear e da fatia de Itaipu Binacional da Eletrobras foi uma condição sine qua non imposta pelo processo de privatização da holding em 2022. O governo não queria que o novo acionista majoritário privado da Eletrobras controlasse ativos de tamanha criticidade estratégica, como a Energia Nuclear. Com a venda, a estrutura da Eletronuclear se redefine. A União mantém o controle majoritário através da ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A.), garantindo a soberania na gestão da operação e da segurança. A Âmbar Energia assume a participação minoritária (cerca de 33%) que pertencia à Eletrobras, posicionando-se como sócia estratégica e fonte potencial de Financiamento para o projeto. Este modelo de parceria público-privada (PPP) é inédito no setor nuclear brasileiro. Ele exige um alto grau de coordenação entre o rigor regulatório estatal (CNEN, IBAMA) e a eficiência de gestão do capital privado, focada em prazos e custos. A transparência na governança será o principal desafio da nova sociedade. A Estratégia da Âmbar: De Gás a Geração Firme A entrada da Âmbar Energia no setor nuclear não surpreende quem acompanha o avanço estratégico da J&F em infraestrutura energética. O grupo tem investido pesadamente em ativos de Geração Térmica a gás natural, um segmento que já foca na capacidade de Geração Firme e no fornecimento de lastro para o sistema. A Energia Nuclear complementa perfeitamente esse portfólio. Enquanto o gás oferece flexibilidade de despacho, a nuclear fornece a mais estável e constante Geração Firme disponível 24/7, com fator de capacidade acima de 90%. Este é o ativo ideal para equilibrar o risco de intermitência crescente imposto pela massificação da Geração Renovável (eólica e solar). Ao adquirir uma fatia na Eletronuclear, a Âmbar posiciona-se em um nicho de altíssima barreira de entrada e complexidade. A Âmbar Energia sinaliza ao mercado que está disposta a ser um player de peso não apenas na Transição Energética, mas também na garantia da Segurança Energética de base do país, essencial para a indústria e o grande consumo. O Foco Bilionário: Destravando Angra 3 O verdadeiro valor da transação reside no potencial de destravar Angra 3. A usina, com obras paralisadas desde 2015, exige um investimento maciço, estimado em mais de R$ 20 bilhões, para ser concluída e entrar em operação, provavelmente em 2030 ou 2031. Sem o capital privado e uma nova estrutura de gestão, o projeto continuaria na inércia. A presença de um agente privado de grande porte como a Âmbar/J&F facilita a busca por Financiamento de longo prazo. Com a União como controladora via ENBPar, o risco de crédito é mitigado, permitindo que a Eletronuclear capte recursos no mercado ou através de bancos de desenvolvimento, como o BNDES, que já vinha estudando modelos de equacionamento para o projeto. A conclusão de Angra 3 é fundamental para o Brasil. Ela adicionará Geração Firme não-hidrelétrica de alta relevância, que é crucial para gerenciar a volatilidade do mercado. A cada ano de atraso, o custo de manutenção da obra parada e o custo de oportunidade para o SIN se acumulam, justificando a urgência do movimento da Eletrobras em encontrar um parceiro. A Energia Nuclear como Pilar da Transição Energética Embora a Energia Nuclear seja frequentemente marginalizada nas discussões sobre Energia Limpa no Brasil, ela é reconhecida globalmente como uma fonte de baixa emissão de carbono (zero emissão na operação) e, mais importante, como a principal fonte de Geração Firme não-fóssil. Em um contexto de emergência climática e metas de descarbonização, o Brasil não pode se dar ao luxo de ignorar a potência que Angra 3 representará. O mercado precisa de Geração Firme para permitir que mais parques eólicos e solares sejam conectados sem sobrecarregar o SIN ou depender excessivamente de fontes fósseis caras. A nuclear é a garantia de lastro. A decisão da Âmbar Energia em investir neste segmento envia uma mensagem clara: o mercado privado reconhece o valor da Energia Nuclear como hedge (proteção) contra o risco hidrológico e a intermitência da Geração Renovável. É um investimento de longo prazo que aposta na resiliência e na previsibilidade do setor de base. Governança e a Vigilância Regulatória A complexidade da Energia Nuclear exige um nível de governança e segurança incomparavelmente superior ao de outros segmentos do Setor Elétrico. A Âmbar, agora sócia da Eletronuclear, estará sob o escrutínio constante da CNEN (órgão de segurança nuclear) e de agências ambientais. O acordo societário deve detalhar como a Âmbar Energia participará das decisões estratégicas e financeiras, sem, contudo, interferir nas decisões operacionais e de segurança, que permanecem sob o controle rigoroso da ENBPar e do Estado. A reputação da J&F será testada neste projeto de infraestrutura sensível e de visibilidade máxima. O sucesso desta parceria será medido não apenas pela entrega de Angra 3 no prazo e dentro do orçamento, mas pela capacidade da nova sociedade de manter a excelência operacional e o histórico de segurança das demais usinas (Angra 1 e 2). A entrada do capital privado é uma aposta na gestão, mas a supervisão da União será a chave para garantir que o interesse nacional na Segurança Energética seja prioridade. A venda da fatia da Eletrobras para a Âmbar Energia encerra um ciclo de incerteza regulatória e abre um novo, focado na injeção de capital e na conclusão de um ativo essencial. Este é o futuro do Setor Elétrico brasileiro: a convergência entre a necessidade de Geração Firme estatal e a capacidade de Financiamento do mercado privado para viabilizar a Transição Energética. Veja tudo de ” Gigante do Agronegócio Entra no Nuclear: Âmbar Compra Fatia da Eletrobras na Eletronuclear ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado