Disputa Regulatória: Por Que Consumidores de Gás Contestam a ANP e Temem Disparo de 20% nas Tarifas Política by Portal Meus Investimentos - 7 de outubro de 2025 Consumidores industriais contestam a ANP, prevendo alta de 20% nas tarifas de gás, o que ameaça a competitividade do setor elétrico e o Novo Mercado de Gás. Conteúdo O Disjuntor Regulatório: A Consulta Pública em Xeque e o Novo Mercado de Gás O Impacto do Aumento de 20% na Indústria Pesada e Segurança Energética O Paradoxo do Novo Mercado de Gás e a Segurança Jurídica Gás e Renováveis: O Elo da Transição Energética A Luta dos Consumidores: Qual o Caminho para a ANP sobre o Custo do Gás? Conclusão: Regulamentação para a Competitividade e Investimentos O Disjuntor Regulatório: A Consulta Pública em Xeque e o Novo Mercado de Gás O cerne da polêmica reside em uma Consulta Pública da ANP que propõe revisitar as regras de cálculo para as tarifas de transporte de gás. Os consumidores de gás argumentam que a metodologia favorece excessivamente as transportadoras e não garante a eficiência e a concorrência que foram prometidas pelo Novo Mercado de Gás. A ANP busca, com a Consulta Pública, estabelecer um equilíbrio na distribuição dos riscos e das receitas no segmento de transporte. No entanto, a forma como os custos de capacidade e de capital estão sendo considerados levou os analistas dos consumidores a preverem o drástico aumento de 20% em tarifas. Esse reajuste pode anular todos os ganhos de competitividade que o gás natural vinha apresentando nos últimos anos, especialmente em regiões onde o suprimento de GNL (Gás Natural Liquefeito) ainda está em expansão. A regulação do setor elétrico brasileiro, que utiliza o gás como lastro firme, depende de custos previsíveis e competitivos. O Impacto do Aumento de 20% na Indústria Pesada e Segurança Energética Um aumento de 20% em tarifas de gás tem consequências devastadoras para os grandes consumidores. Indústrias como a cerâmica, siderurgia e petroquímica dependem do gás natural não apenas como combustível, mas também como matéria-prima essencial. A elevação súbita de custos de insumo pode levar à perda de competitividade no mercado internacional. A briga dos consumidores de gás é, em essência, uma luta pela manutenção da atividade industrial no país. Com o gás mais caro, a tentação de migrar para fuels mais poluentes ou de deslocalizar a produção para países com energia mais barata se torna uma ameaça real à sustentabilidade econômica brasileira. É crucial lembrar que muitas dessas indústrias operam com cogeneração de energia a gás, fornecendo eletricidade para o SIN em momentos de pico. Um custo elevado do gás compromete a viabilidade dessas usinas e, por extensão, a flexibilidade e a segurança energética do sistema como um todo. O Paradoxo do Novo Mercado de Gás e a Segurança Jurídica O principal objetivo do Novo Mercado de Gás, formalizado com a Lei do Gás (Lei nº 14.134/2021), era exatamente o oposto: reduzir o preço do gás e fomentar a concorrência, quebrando o monopólio histórico da Petrobras. A previsão de um aumento de 20% em tarifas após a Consulta Pública da ANP representa um flagrante paradoxo regulatório. Os consumidores de gás esperavam que a abertura do mercado trouxesse uma pressão para baixo nos preços, decorrente da entrada de novos supridores e da negociação direta com transportadoras. Se a ANP confirmar a nova metodologia, a percepção será de que a Agência criou barreiras tarifárias que minam a segurança jurídica e a confiança nos esforços de liberalização. A ANP precisa demonstrar que as novas regras de transporte incentivam a expansão da infraestrutura sem onerar desproporcionalmente o consumidor. Caso contrário, o Novo Mercado de Gás corre o risco de ser percebido como um projeto fracassado, cujos benefícios não alcançaram a ponta industrial. Gás e Renováveis: O Elo da Transição Energética Para o público especializado em energia limpa, a alta do preço do gás tem implicações diretas na transição energética. O gás natural é visto como o combustível de transição ideal: menos poluente que o carvão ou óleo, oferece a geração de energia firme necessária para fazer o backup da intermitência da energia solar e energia eólica. Se o custo do gás subir 20%, as termelétricas a gás se tornam mais caras de despachar. Por um lado, isso torna as energias renováveis (solar e eólica) ainda mais competitivas no preço marginal. Por outro lado, encarece o seguro do sistema, ou seja, o custo da segurança energética quando o vento não sopra ou o sol se põe. O Brasil não pode abrir mão do gás como firmador de energia, especialmente com o crescimento exponencial de investimentos em energia limpa intermitente. Portanto, manter um custo do gás razoável e previsível é vital para o sucesso e a sustentabilidade da nossa matriz. A Luta dos Consumidores: Qual o Caminho para a ANP sobre o Custo do Gás? A ABRACE e outras entidades de consumidores de gás não estão apenas reclamando; eles estão apresentando contrapropostas técnicas na Consulta Pública. Eles defendem uma metodologia que promova a eficiência das transportadoras, mas que também limite a remuneração de capital de forma mais conservadora, evitando que o custo de risco recaia integralmente sobre o usuário final. O tempo de resposta da ANP é crucial. A decisão final sobre a metodologia terá um impacto imediato na confiança do mercado e na previsibilidade de investimentos. O setor elétrico e o mercado de gás necessitam de um “freio de arrumação” regulatório que garanta a competitividade sem desestabilizar os grandes projetos industriais. A solução exige transparência e a consideração dos custos de sustentabilidade a longo prazo. Um custo do gás alto não apenas prejudica a indústria, mas também pode levar a um maior consumo de fontes mais poluentes, contrariando as metas de transição energética do país. Visão Geral: Regulamentação para a Competitividade e Investimentos O temor de que consumidores de gás contestam consulta da ANP e preveem alta de 20% em tarifas é um sintoma da tensão entre a regulação e a liberalização do mercado. A ANP tem a responsabilidade de garantir um equilíbrio que incentive o investimento em infraestrutura de transporte e, ao mesmo tempo, mantenha o gás natural acessível e competitivo. Para o setor elétrico, a clareza no custo do gás é uma premissa para o planejamento da geração de energia e para o avanço da transição energética. Se o Novo Mercado de Gás resultar em tarifas 20% mais caras, a segurança jurídica e a sustentabilidade econômica do país estarão comprometidas, freando a capacidade do Brasil de atrair investimentos em energia limpa e infraestrutura. A Consulta Pública é a última chance de corrigir a rota antes que o aumento se torne uma realidade na fatura. Veja tudo de ” Disputa Regulatória: Por Que Consumidores de Gás Contestam a ANP e Temem Disparo de 20% nas Tarifas ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado