Desafios socioambientais ligam alerta nas regiões Sudeste, Sul e Norte do Brasil Energia Limpa by Portal Meus Investimentos - 18 de junho de 2025 Aquecimento dos oceanos registra o maior patamar histórico desde 1960 e continua à adicionar calor e umidade na atmosfera, apesar da baixa estação A chegada da estação mais fria do ano, o inverno no Hemisfério Sul, vem alertando pesquisadores brasileiros. Isso porquê o registro na temperatura média dos oceanos chegou ao patamar mais alto desde 1960, segundo o relatório ‘Record High Temperatures in the Ocean in 2024’. Em paralelo, a CarbonBrief anunciou que 2025 já se iguala, em termos históricos, ao segundo menor nível de gelo marinho da Antártida já registrado. Localizado no Polo Sul, o gelo do continente Antártico se encontra no limite inferior da faixa histórica, segundo o estudo ‘State of the climate: 2025 close behind 2024 as the hottest start to a year’. A mudança de estação programada para a próxima sexta-feira, 20, e consequentemente a redução das temperaturas, não foi o suficiente para animar os especialistas. Os alertas sobre o nível de gelo marinho na Antártica, somado ao aquecimento histórico dos oceanos, chegaram às cidades e costas litorâneas no Brasil. O documento “Surging Seas in a warming world: the latest science on present-day impacts and future projections of sea-level rise” projeta, até 2050, um acréscimo de 16 cm ao nível do mar no Rio de Janeiro. Os alertas se expandem internacionalmente às capitais Buenos Aires, Londres, Miami, Tóquio e Nova York. Conforme o mapeamento da Climate Central, no Brasil, as consequências do aumento no nível do mar já são sentidas por cerca de 40% da costa nacional. Isso porquê o nível do mar deve subir entre 0,5 e 1,9 metro até o ano de 2100, conforme estudo realizado pela NTU Singapura e TU Delft. Entre as regiões mais afetadas, as pesquisas destacam os estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Amapá e Maranhão. “Estamos diante de um dos trimestres, historicamente, mais quentes da história. Os impactos nos oceanos já são sentidos, não apenas por reterem o calor, mas por estarmos a um fio de descer a faixa histórica de gelo na Antártica. A proximidade com o Brasil impacta toda a costa litorânea e as temperaturas em todo o país. Sabendo disso, criamos essa ação por meio da exposição Maré de Mudanças para conscientizar e alertar, do Sul ao Norte do país, todos os brasileiros, sejam estudantes, docentes, famílias, instituições ou corporações, sobre a importância do cuidado com os oceanos”, explica Liu Berman, diretora da LB Circular e embaixadora do Movimento Reinventando Futuros. Inaugurada no último dia 5 de junho, a Maré de Mudanças chega ao Rio Grande em um momento crítico vivenciado pelo ecossistema. Absorvendo cerca de 90% do excesso de calor e um quarto do dióxido de carbono produzido pelos humanos, os oceanos passam por uma breve regeneração com a chegada do inverno – que proporciona noites mais longas e dias mais curtos. Apesar da menor incidência de raios solares durante a nova estação, o recente aquecimento dos oceanos continua à adicionar calor e umidade à atmosfera, reduzindo o impacto na sensação térmica e na recuperação marítima. Diante desse cenário, o Maré de Mudanças objetiva conscientizar a população à respeito das mudanças climáticas, biodiversidade, poluição e regeneração dos oceanos.A proposta ocorre simultaneamente à ‘Década dos Oceanos’, proclamada pela ONU até 2030, após o aprofundamento de organizações e governos internacionais em pautas ambientais – na Terceira Conferência dos Oceanos da ONU (UNOC3), em Nice, e na iminência do COP30, em novembro. De acordo com Liu Berman, é possível frear os avanços climáticos e permitir a devida recuperação dos oceanos, com a ajuda da sociedade e das instituições. Para tanto, Liu destaca que o primeiro passo da ‘Maré de Mudanças’ é justamente a conscientização do público, desde as crianças até os mais velhos. Conectando arte, Ciência e educação, o projeto dialoga com diferentes públicos através de uma experiência totalmente imersiva – painéis interativos, videoartes com animações 3D, projeção de fotografias, intervenções artísticas, rodas de conversa e cartilhas digitais de ‘Educação Oceânica e Circularidade’. “Parece que ano após ano nos acostumamos com recordes de desastres ambientais. Normalizamos temperaturas recordes, embranquecimento de corais, poluição dos oceanos. Para se ter uma ideia, o Brasil é o maior poluidor da América Latina, e não levantamos nem mesmo uma discussão sobre esse cenário alarmante. É preocupante ter uma chegada do inverno que não possa nem mesmo recongelar o gelo marinho – e é justamente aí que o Maré de Mudanças dialoga com o público. Estaremos levando pelo Brasil a arte para imergimos em quão sério são os avanços na destruição de ecossistemas naturais”, explica Liu. Enquanto as condições de inverno no Hemisfério Norte permanecem frias o suficiente para recongelar o gelo marinho, Liu atenta para a maior variabilidade na faixa de extensão do Sul, evidenciada no estudo da CarbonBrief. Diante de mares inóspitos e o zelo pela preservação da vida marinha, a diretora do Maré de Mudanças explica que a instalação da mostra no Museu Oceanográfico ‘Prof. Eliézer de Carvalho Rios’ e no Museu Antártico não são à toa. “Estamos localizados em uma das mais importantes coleções de moluscos e mamíferos marinhos da América do Sul, além de ocupar uma instituição cultural que reproduz as primeiras instalações da Estação Antártica ‘Comandante Ferraz’. Não podemos permitir que legados tão importantes se desfaçam no imaginário popular e reitero que não devemos, em hipótese alguma, normalizar as atuais condições climáticas do planeta e seus ecossistemas em crise. Nossa Maré de Mudanças chega para acrescentar, ainda mais, nesse diálogo sobre a Década dos Oceanos “, conclui Fabíola Vasconcelos, Bióloga especialista no Educativo do Projeto. Em exposição até o dia 13 de julho, o Maré de Mudanças é uma realização da LB Circular, com patrocínio do Instituto Aegea – mediante a Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. Veja tudo de ” Desafios socioambientais ligam alerta nas regiões Sudeste, Sul e Norte do Brasil ” em: Portal Energia Limpa. 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