Críticas de Especialista Acentuam a Necessidade de Atualização no Planejamento Energético Brasileiro para Leilão de Baterias Política by Portal Meus Investimentos - 16 de outubro de 2025 O debate sobre o modelo do primeiro leilão de baterias evidencia a urgência de reformular o planejamento energético nacional. O setor elétrico brasileiro discute o desenho do primeiro leilão de baterias de grande porte, enquanto figuras como o senador Braga alertam que o modelo proposto é insuficiente e expõe a obsolescência do planejamento energético brasileiro, demandando uma reformulação urgente da metodologia. Conteúdo A Crítica ao Modelo: Volume Insuficiente e Remuneração Incerta O Grito por Atualização: Planejamento Energético Obsoleto Risco para o SIN: A Intermitência Não Espera O Efeito Cascata no Investimento e na Tarifa A Lição Internacional: Modelos de Capacidade e Serviço Visão Geral A Crítica ao Modelo: Volume Insuficiente e Remuneração Incerta no Leilão de Baterias A principal objeção levantada por Braga e compartilhada por grandes *players* do mercado reside no escopo e na estrutura de remuneração do leilão de baterias que está sendo desenhado. Embora o MME tenha sinalizado a intenção de contratar uma capacidade significativa, possivelmente na casa dos 2 GW, a metodologia de contratação é o ponto nevrálgico. O armazenamento de energia, especialmente via BESS (*Battery Energy Storage Systems*), possui funções múltiplas: garantia de potência, deslocamento de energia (arbitragem) e serviços ancilares (controle de frequência e tensão). Se o modelo de leilão focar apenas no deslocamento de energia, o valor total do ativo para a rede será subaproveitado, tornando os investimentos menos atrativos. A capacidade firme, ou seja, a disponibilidade da bateria para injetar potência na rede em momentos de pico, é o que o SIN (Sistema Interligado Nacional) mais precisa para lidar com a intermitência. Braga argumenta que o modelo deve ser claro na remuneração dessa capacidade de forma desagregada, reconhecendo o valor do *storage* como um ativo de resiliência e não apenas como uma fonte de geração de energia secundária. O Grito por Atualização: Planejamento Energético Brasileiro Obsoleto A crítica mais contundente de Braga é direcionada ao coração da governança energética: a urgência em atualizar o planejamento energético brasileiro. O Plano Nacional de Energia (PNE) e os Planos Decenais de Expansão de Energia (PDE) ainda se apoiam em metodologias desenvolvidas na era da predominância hidrelétrica. Esses modelos não conseguem precificar adequadamente o valor da flexibilidade e da capacidade de resposta rápida oferecidas pelo armazenamento de energia. O senador cobra uma revisão completa da metodologia da EPE para incorporar variáveis como a *curva de despacho* de fontes renováveis e a necessidade de investimentos em *smart grids* e digitalização, essenciais para integrar o *storage*. A expansão da energia renovável (eólica e solar) ultrapassou a velocidade do planejamento. O Brasil adiciona gigawatts de forma intermitente, e o planejamento energético brasileiro precisa refletir a necessidade de balanceamento em tempo real, um serviço que as baterias entregam com maestria. A falta dessa visão macro pode levar a subsídios desnecessários ou ao *overshoot* de contratação. Risco para o SIN: A Intermitência Não Espera A intermitência da energia eólica e solar já é uma realidade na operação do SIN (Sistema Interligado Nacional). O ONS (Operador Nacional do Sistema) tem trabalhado arduamente para gerenciar os picos e os vales de geração de energia. No entanto, a ausência de um volume significativo de armazenamento de energia contratado sob um modelo de leilão robusto aumenta a dependência de termelétricas inflexíveis. O planejamento energético brasileiro precisa determinar de forma científica e transparente a quantidade exata de capacidade de armazenamento necessária para cada região, especialmente no Nordeste, onde a energia renovável domina. Se o leilão de baterias falhar em atrair investimentos suficientes ou no local correto, o risco de congestionamentos na transmissão e de cortes no despacho de energia limpa aumenta. O *storage* é a ponte entre a energia limpa e a estabilidade. Um modelo de leilão mal concebido, na visão de Braga, simplesmente não conseguirá entregar a segurança energética que a Transição Energética exige do país. O Efeito Cascata no Investimento e na Tarifa A crítica de Braga não é apenas técnica, mas também econômica. A falta de um planejamento energético brasileiro atualizado gera incerteza regulatória, o maior inimigo dos investimentos de longo prazo. O custo de capital para financiar projetos de armazenamento de energia pode ser artificialmente inflacionado por essa incerteza. O setor financeiro exige clareza sobre como os ativos de baterias serão remunerados e qual será sua vida útil econômica sob o modelo de leilão. Se a remuneração for incerta ou subdimensionada, os *players* poderão se afastar, ou exigir um *premium* de risco que será inevitavelmente repassado à tarifa de energia do consumidor final. Acelerar o leilão de baterias com um modelo de leilão falho, apenas para “marcar ponto”, seria um erro estratégico caro. O ideal, como sugere o senador, é investir na base do planejamento para que os investimentos fluam de forma otimizada e competitiva, garantindo o custo mais baixo para a energia limpa. A Lição Internacional: Modelos de Capacidade e Serviço Braga aponta para a experiência internacional, onde o armazenamento de energia é contratado por meio de leilões específicos de capacidade e serviços ancilares. Mercados como o dos Estados Unidos (PJM) e Austrália remuneram o *storage* pela velocidade de resposta (milissegundos), e não apenas pelo volume de energia. Um modelo de leilão que reconheça as múltiplas funcionalidades das baterias atrairá a tecnologia mais avançada e garantirá o uso mais eficiente dos recursos. O planejamento energético brasileiro precisa abandonar a visão binária (geração ou consumo) e abraçar o conceito de *ativo de rede flexível*. Essa é a essência da modernização que o senador demanda. A urgência de Braga reside em evitar que o Brasil, líder mundial em energia renovável, adote um sistema de contratação de armazenamento de energia de segunda linha, comprometendo a Transição Energética e a segurança do SIN (Sistema Interligado Nacional). Visão Geral A crítica de Braga ao modelo de leilão de baterias e sua cobrança por uma atualização urgente do planejamento energético brasileiro coloca o dedo na ferida do setor elétrico. O Brasil está prestes a integrar uma tecnologia transformadora, mas corre o risco de fazê-lo com ferramentas regulatórias e de planejamento defasadas. A realização do leilão de baterias em 2025 é crucial, mas a sua eficácia dependerá da qualidade do seu modelo. O planejamento energético brasileiro não pode mais ignorar a complexidade da intermitência e o valor da flexibilidade. A reforma na metodologia de planejamento da EPE é a verdadeira chave para garantir que os investimentos em armazenamento de energia sejam o motor, e não o gargalo, da próxima fase da Transição Energética no país. O mercado aguarda as ações do MME para responder a essa cobrança legítima. Veja tudo de ” Críticas de Especialista Acentuam a Necessidade de Atualização no Planejamento Energético Brasileiro para Leilão de Baterias ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado