Crise de Combustíveis: Proposta Onerosa Prejudica a Transição Energética Nacional Política by Portal Meus Investimentos - 3 de novembro de 2025 Debate sobre operador privado de combustíveis expõe riscos de custos e transparência no setor energético. A discussão sobre a criação de um operador privado para combustíveis acende alerta sobre transparência, custos e o futuro da transição energética no Brasil, exigindo análise cuidadosa dos impactos setoriais. Conteúdo Visão Geral Ondas de Custo: Por que a Proposta é Onerosa para o Setor Elétrico? A Perversidade do Abusivo e a Falta de Transparência Regulatória O Câncer dos Combustíveis Fósseis no Setor Elétrico e a Energia Limpa Contraponto: Gestão Pública versus Privada na Operação Sistêmica O Caminho para a Sustentabilidade e Competitividade: Foco na Transição Energética Visão Geral A matriz de energia brasileira enfrenta complexidades históricas, oscilando entre a dependência de fósseis, como o diesel para geração termelétrica, e a necessidade de avanço na transição energética. A proposta de um operador privado dos combustíveis, materializada no projeto do Sistema Eletrônico de Informações do Setor de Combustíveis (ONSC), suscita preocupações significativas. Especialistas do setor elétrico avaliam que o modelo proposto, embora alegue buscar maior fiscalização, pode se tornar uma estrutura parcial, excessivamente onerosa e potencialmente abusiva para toda a cadeia produtiva e, consequentemente, para o consumidor final. Ondas de Custo: Por que a Proposta é Onerosa para o Setor Elétrico? A principal objeção à criação do operador privado dos combustíveis reside na introdução de uma nova e desnecessária camada de custos operacionais. Em vez de reforçar os órgãos de fiscalização existentes, como a ANP, o modelo ONSC estabelece uma entidade privada financiada por uma taxa compulsória cobrada de toda a cadeia – distribuidores e revendedores. Para um setor já pressionado por tributos e volatilidade de preços, este custo adicional será inevitavelmente repassado ao consumidor final, tornando a operação onerosa. O rótulo de proposta parcial se justifica porque o desenho do ONSC foca estritamente nos combustíveis líquidos, ignorando a interconexão essencial com o mercado de gás natural e a geração termelétrica, que são pilares da segurança do sistema elétrico nacional. Essa visão restrita impede a otimização de custos em uma perspectiva macroeconômica. A Perversidade do Abusivo e a Falta de Transparência Regulatória A característica abusiva da proposta advém do risco de concentração de poder informacional. Delegar a fiscalização e a gestão de dados do mercado de combustíveis a um único operador privado dos combustíveis cria um precedente perigoso para o abuso de poder econômico. A história demonstra que a concorrência, sustentada por fiscalização neutra e estatal, é o mecanismo primordial contra preços elevados. Transferir essa atribuição a um agente privado, que pode ter interesses divergentes dos interesses coletivos, representa um retrocesso regulatório. A ausência de clareza nos critérios de remuneração e governança do ONSC apenas reforça a percepção de que esta proposta parcial foi desenhada para favorecer interesses específicos. O setor elétrico, que busca a máxima eficiência no custo do MWh, vê esse arranjo com severa apreensão, pois a ineficiência se propaga rapidamente pelo sistema. O Câncer dos Combustíveis Fósseis no Setor Elétrico e a Energia Limpa Para os profissionais focados em setor elétrico e energia limpa, a discussão sobre o operador privado dos combustíveis serve como um sintoma da vulnerabilidade da matriz brasileira. Esta matriz ainda depende excessivamente da geração termelétrica alimentada por óleo e gás durante períodos de baixa hídrica ou picos de demanda. Um sistema de combustíveis mais custoso e opaco impacta diretamente o Custo Variável Unitário (CVU) das termelétricas. Esse aumento de custo, decorrente de uma ineficiência onerosa na regulação, é repassado à Tarifa de Energia Elétrica (TE), penalizando consumidores e, crucialmente, distorcendo o sinal de preço necessário para impulsionar a transição energética. A verdadeira segurança energética reside na diversificação acelerada, aumentando a penetração de energia limpa e renovável, como solar e eólica, cujos custos marginais são zero e não estão atrelados à flutuação internacional do petróleo. Criar um novo ônus na cadeia fóssil apenas adiciona incerteza ao planejamento de longo prazo necessário para a sustentabilidade. Contraponto: Gestão Pública versus Privada na Operação Sistêmica Os defensores da criação do ONSC argumentam que uma estrutura privada traria maior agilidade tecnológica para combater fraudes e adulterações nos combustíveis. Embora a qualidade dos insumos seja um problema documentado, a solução adequada reside no fortalecimento do arcabouço regulatório estatal, e não na privatização da fiscalização. O Brasil já possui um modelo robusto de operador sistêmico de caráter público: o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O ONS, embora não regule preços de combustíveis, prova que a coordenação estratégica de um sistema complexo deve ser conduzida sob a ótica do interesse público e de forma desinteressada. O ONSC, em contraste, carece de salvaguardas que garantam a primazia do interesse público sobre o lucro. A consolidação dessa proposta parcial resultaria em um modelo híbrido e ineficiente: regulação estatal pela ANP e fiscalização/operação de dados pelo setor privado, fomentando a ineficiência onerosa. O Caminho para a Sustentabilidade e Competitividade: Foco na Transição Energética A prioridade estratégica do Brasil, em um cenário global de descarbonização, é reduzir a dependência de fontes fósseis. Medidas que elevam o custo e a burocracia do setor de combustíveis fósseis, como a proposta do ONSC, agem como um empecilho à sustentabilidade. Os recursos que seriam canalizados para financiar este abusivo operador privado dos combustíveis deveriam ser direcionados para incentivar o hidrogênio verde, aprimorar a infraestrutura de transmissão de energia limpa ou investir em armazenamento e baterias. A comunidade técnica e econômica deve se opor a arranjos que não priorizem a eficiência máxima e a transparência irrestrita. O mercado de combustíveis necessita de reformas para combater a opacidade, mas não através de uma nova taxa onerosa que falha em atacar a causa raiz do problema. Em síntese, a proposta do ONSC, com seu cunho parcial, abusivo e oneroso, é uma dispendiosa distração. Ela desvia o foco do imperativo nacional: acelerar a transição energética em direção a um futuro com mais energia limpa, menor custo e segurança sistêmica real. O custo final dessa ineficiência será arcado pela sociedade, retardando o avanço para a economia verde. A clareza regulatório e a fiscalização efetiva são essenciais, mas devem ser instrumentos do Estado, e não um novo vetor de lucro privado. Veja tudo de ” Crise de Combustíveis: Proposta Onerosa Prejudica a Transição Energética Nacional ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado