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Copom Mantém Taxa Selic em 13,75 Por Cento

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O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros em 15%, com especialistas indicando poucas chances de cortes de juros no curto prazo devido à preocupação com a desancoragem das expectativas e a resiliência do mercado de trabalho

O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central responsável por definir a taxa básica de juros do país, anunciou nesta quarta-feira (17) a manutenção da Selic em 15%. Essa decisão, que já era amplamente aguardada pelo mercado financeiro, segue o que o próprio Banco Central havia sinalizado em sua reunião anterior, em julho. Naquela ocasião, a autoridade monetária enfatizou a necessidade de manter uma “política monetária contracionista” – ou seja, com juros altos para frear a economia – por um período “bastante prolongado”. A comunicação de hoje reforçou essa postura, mencionando que o cenário ainda é marcado por “expectativas desancoradas” – quando a população e o mercado esperam que a inflação continue alta no futuro – além de projeções inflacionárias elevadas, uma economia mais forte do que o esperado e pressões no mercado de trabalho. Para garantir que a inflação volte para a meta, o Banco Central insiste que é preciso manter juros significativamente altos por um tempo considerável.

A Decisão do Copom e Seus Motivos

O comunicado divulgado pelo Copom hoje trouxe várias frases idênticas às da reunião anterior, o que mostra a consistência na visão do Banco Central. Ele destacou que “o cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”. Isso significa que as previsões para o futuro da inflação ainda estão altas, a economia continua aquecida e o mercado de trabalho demonstra força, o que pode gerar mais consumo e, consequentemente, mais inflação. Para combater essa situação e assegurar que a inflação retorne ao nível desejado, o Copom reafirmou a necessidade de uma “política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”. Em outras palavras, os juros altos permanecerão por mais tempo do que muitos poderiam esperar.

A Análise dos Especialistas: O Que o Mercado Entendeu

O comunicado do Copom foi cuidadosamente analisado por diversos especialistas do mercado financeiro. Veja o que eles disseram:

* **Marcos Freitas – analista macroeconômico AF Invest:** A decisão foi vista como “hawkish”, ou seja, mais inclinada a combater a inflação. A comunicação foi bastante parecida com a da reunião anterior. Houve um pequeno ajuste na política monetária, retirando a menção à interrupção do ciclo de alta dos juros, mas mantendo a ideia de um “período bastante prolongado” de taxas altas e a disposição de retomar o aumento dos juros se necessário.

* **Gabriel Lago, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital:** O tom do comunicado foi “claramente mais hawkish” do que em julho. Além de repetir a necessidade de juros altos por um tempo prolongado, o Copom foi explícito ao afirmar que “vai retomar o ciclo de alta se julgar necessário”, o que não havia sido dito no comunicado anterior. Lago também notou a menção às “tarifas comerciais dos EUA contra o Brasil”, um ponto novo que indica preocupação com choques externos que possam afetar o câmbio e, consequentemente, a inflação interna. A decisão unânime e a mensagem “muito mais dura” foram pontos de destaque.

* **Flávio Serrano, economista-chefe do Banco Bmg:** Corroborou que a manutenção da Selic era esperada e que o comunicado não trouxe grandes surpresas, sendo muito similar ao anterior. Ele ressaltou a preocupação do BC com as “expectativas de inflação desancoradas” e a “resiliência do mercado de trabalho”. Serrano indicou que há poucas chances de cortes de juros no curto prazo e reforçou que o Copom está vigilante, pronto para agir e até “retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.

* **Bruna Centeno, economista, sócia e advisor da Blue3 Investimentos:** Apontou que o Copom citou a inflação e o cenário doméstico. Ela destacou que, embora a atividade econômica mostre moderação no crescimento, o dinamismo do mercado de trabalho e o fato de a inflação cheia e as medidas subjacentes estarem acima da meta, aumentaram os “riscos qualitativos para a inflação”.

Visão Geral

Em resumo, a decisão do Copom de manter a Selic em 15% foi esperada, mas o teor do comunicado mostrou uma postura ainda mais firme e cautelosa por parte do Banco Central. A mensagem central é clara: os juros altos são uma ferramenta essencial para combater as expectativas de inflação elevadas e a resiliência da economia. O BC não apenas sinaliza que a política monetária “contracionista” será mantida por um “período bastante prolongado”, como também se mostra preparado para “retomar o ciclo de alta” dos juros caso a situação exija. Essa rigidez é vista pelos especialistas como um compromisso robusto para garantir a convergência da inflação à meta, mesmo diante de pressões internas e externas, como as mencionadas tarifas comerciais dos EUA, que podem afetar o câmbio e a inflação no Brasil.

Créditos: Gilmar Correa

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