No contexto das políticas globais de combate às mudanças climáticas, as estratégias de mitigação e adaptação ganham destaque. Anteriormente, acreditava-se que essas políticas deveriam ser implementadas de forma sequencial, começando pela mitigação e, posteriormente, pela adaptação.

No contexto das políticas globais de combate às mudanças climáticas, as estratégias de mitigação e adaptação ganham destaque. Anteriormente, acreditava-se que essas políticas deveriam ser implementadas de forma sequencial, começando pela mitigação e, posteriormente, pela adaptação.

Mudança de Paradigma nas Políticas Climáticas

Atualmente, com a aproximação da COP 30, a abordagem evoluiu para políticas concomitantes, com maior ênfase na adaptação e até mesmo em políticas de adaptação que promovam a mitigação dos gases de efeito estufa.

Oitava Carta da Presidência da COP30

A oitava carta de André Correa do Lago, presidente designado da COP30, direcionada à comunidade internacional, aborda a adaptação climática. A carta enfatiza a necessidade de integrar medidas de adaptação nas políticas de desenvolvimento de cada país, assim como nas questões de financiamento.

Correa do Lago destaca que cada investimento em resiliência, como escolas adaptadas e sistemas de alerta precoce, se traduz em perdas evitadas, tanto em vidas humanas quanto em patrimônio material. Além disso, evita o desperdício de recursos públicos, promovendo o uso eficaz em parceria com o setor privado.

Planos Setoriais de Adaptação no Brasil

Para a COP 30, o Brasil atualizou seu Plano Clima de forma participativa, estabelecendo 16 planos setoriais com foco na Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE), mobilidade humana e justiça climática, que visa combater desigualdades e promover os direitos humanos das populações indígenas e tradicionais.

O plano também incorpora o tema Oceano e Zonas Costeiras, com as políticas ProManguezal e ProCoral, que mitigam emissões e aumentam a resiliência. A mitigação se concentra na redução do desmatamento ilegal e na restauração da vegetação nativa em propriedades rurais privadas.

Desmatamento e as Contribuições Nacionais Determinadas (NDCs)

O desmatamento é um dos principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa no Brasil, especialmente o associado à expansão do agronegócio. As medidas do Plano Clima estão detalhadas nas Contribuições Nacionais Determinadas (NDCs) de 2025, já apresentadas pelo Brasil às Nações Unidas.

Desafios Globais e Financiamento Insuficiente

Apesar dos esforços, o cenário global para a COP 30 não é totalmente positivo. As metas de emissão estão aquém do necessário para manter o limite de 1.5°C estabelecido pelo Acordo de Paris, e os recursos financeiros destinados à adaptação são insuficientes.

Apenas 64 dos 198 países signatários da Convenção do Clima submeteram suas NDCs, e as metas de redução de emissões apresentadas por esses países não são suficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1.5°C.

Lacuna de Financiamento para Adaptação

O Relatório sobre a Lacuna de Adaptação de 2025, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), revela que o financiamento para ações de adaptação é 12 vezes menor do que o necessário, conforme apontado pelo Observatório do Clima.

Visão Geral

Em resumo, a abordagem das políticas climáticas está evoluindo para uma implementação simultânea de estratégias de mitigação e adaptação, com ênfase na adaptação para garantir a resiliência e a proteção das comunidades e ecossistemas. No entanto, desafios significativos persistem, incluindo a necessidade de metas de emissão mais ambiciosas e um aumento substancial no financiamento para ações de adaptação em todo o mundo.

Créditos: Misto Brasil

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