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Coalizão para a Descarbonização dos Transportes ganha novas adesões e alcança 121 membros às vésperas da COP30

A Coalizão para a Descarbonização dos Transportes expande sua rede e se prepara para a COP30 com 121 membros engajados na mobilidade de baixo carbono no Brasil.

A Coalizão para a Descarbonização dos Transportes, uma aliança que congrega empresas, concessionárias e associações com o objetivo claro de reduzir em até 70% as emissões do setor até 2050, anunciou recentemente a adesão de 69 novas organizações. Este aumento significativo eleva o total de entidades participantes para 121 membros, um marco importante que ocorre precisamente às vésperas da COP30, em Belém (PA). Este fortalecimento da coalizão sublinha a crescente relevância do segmento de transportes nas discussões globais sobre as mudanças climáticas, reforçando o protagonismo brasileiro na agenda verde.

As novas adesões abrangem um espectro diversificado, incluindo 39 empresas de vários setores, nove operadores de rodovias e metrô, 18 associações setoriais e três secretarias municipais. Todos se juntam ao esforço colaborativo para implementar as 90 ações delineadas no plano da Coalizão, cujo lançamento ocorreu em maio deste ano. A iniciativa é coliderada por um grupo forte composto pela Motiva, pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pelo Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável, do Insper.

Este crescimento no número de participantes é um reflexo direto das intensas ações de engajamento promovidas pelas colideranças. Desde maio, o grupo participou ativamente de múltiplos eventos e fóruns importantes, como a Brazil Climate Investment Week 2025 em São Paulo, o World Climate Investment Summit em Londres, a Rio Climate Week, a Climate Week NYC e o Summit Agenda SP + Verde 2025. O objetivo dessas participações foi disseminar as conclusões da Coalizão para autoridades públicas, investidores, tanto nacionais quanto internacionais, e para líderes em sustentabilidade, ampliando o alcance das propostas do setor.

Paralelamente, a Coalizão tem avançado em frentes estratégicas junto às esferas governamentais. Agendas foram estabelecidas com os Ministérios do Meio Ambiente, dos Transportes e de Portos e Aeroportos, visando compartilhar as alavancas propostas pela iniciativa. Essas propostas foram consolidadas no Plano Clima, que passou por consulta pública em agosto e será formalmente apresentado durante a COP30. Este documento incorpora as principais recomendações de um estudo técnico detalhado conduzido pela Coalizão, demonstrando seu compromisso em influenciar políticas públicas e acelerar a transição climática no país.

Noventa propostas para reduzir as emissões de transporte

A Coalizão foi formalmente criada em novembro de 2024, seguindo um convite feito pelo embaixador e presidente da COP30, André Corrêa do Lago, para mobilizar o setor. Sua principal finalidade é oferecer um repertório robusto de propostas para fundamentar a elaboração do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que será entregue na COP30. Fruto de um amplo diálogo entre os diversos segmentos do setor, o plano de ação lançado em maio contém recomendações estratégicas para a redução de emissões em seis verticais cruciais: infraestrutura e interseccionalidades; mobilidade urbana; transporte rodoviário; transporte ferroviário; transporte aéreo e transporte aquaviário e cabotagem.

Atualmente, o setor de transportes no Brasil é responsável por 11% das emissões nacionais, o que equivale a 260 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (tCO₂e). Caso nenhuma medida de descarbonização seja implementada, as projeções indicam que este volume pode escalar dramaticamente para 424 milhões de tCO₂e até 2050.

A implementação integral das 90 medidas sugeridas pela Coalizão dos Transportes tem o potencial de diminuir em 70% a pegada do setor, resultando em apenas 137 milhões de tCO₂e. Isso significaria evitar a emissão de 287 milhões de tCO₂e, um volume comparável ao plantio de 13,67 bilhões de árvores ou à retirada de 62,4 milhões de veículos de passeio das ruas.

As diretrizes centrais das recomendações focam na revisão da matriz logística de transporte, no incentivo vigoroso ao uso de biocombustíveis e na expansão da eletrificação de frotas, aproveitando a vantagem da matriz elétrica brasileira, que é limpa e renovável. A concretização de apenas três grandes iniciativas estratégicas permitiria alcançar uma redução de até 60% nas emissões setoriais de transporte, em comparação com o cenário de inação projetado para 2050.

Avanços e Preparativos para a Conferência do Clima

O avanço da Coalizão e o alinhamento de suas propostas com o governo federal demonstram um esforço coordenado para que a pauta da descarbonização do setor seja central na COP30. O embaixador André Corrêa do Lago, ao convidar o setor para a mobilização, estabeleceu um cronograma focado em resultados tangíveis antes da conferência. A apresentação do Plano Clima, que incorpora as 90 ações recomendadas, será um momento chave para demonstrar o comprometimento do Brasil em cumprir metas climáticas ambiciosas, especialmente no que tange à modernização da sua infraestrutura de mobilidade.

A diversidade dos membros, que inclui desde grandes corporações até órgãos públicos municipais, assegura que as soluções propostas sejam abrangentes e aplicáveis em diferentes realidades operacionais.

“A união de 121 entidades em torno de um objetivo comum demonstra a maturidade do setor de transportes brasileiro em reconhecer a urgência climática e sua capacidade de propor caminhos viáveis para a transição energética e tecnológica.”

A expectativa é que a participação da Coalizão na COP30 sirva como um modelo de engajamento multissetorial bem-sucedido, capaz de inspirar outras nações a criarem estruturas semelhantes para acelerar a transição de baixo carbono em setores críticos de suas economias. A coordenação entre CEBDS, CNT, Motiva e Insper garante que as propostas técnicas sejam sólidas e politicamente articuláveis, pavimentando o caminho para a implementação efetiva das mudanças necessárias.

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