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Aposentados que Voltam ao Mercado de Trabalho por Escolha ou Por Necessidade

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Com a aposentadoria do INSS oferecendo valores baixos, muitos brasileiros seguem ativos no mercado de trabalho

Com a aposentadoria do INSS oferecendo valores baixos, muitos brasileiros seguem ativos no mercado de trabalho

Mais de 23 milhões de pessoas estão oficialmente aposentadas no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do início de 2025. No entanto, muitos continuam trabalhando mesmo após se aposentar.

O motivo? Para grande parte desses trabalhadores, a renda da aposentadoria não é suficiente para manter o padrão de vida desejado.

É o caso de Diana Drummond, secretária administrativa no Hospital Sarah. Ela se aposentou aos 55 anos, em 2015, após quase 40 anos de contribuição. Hoje, com 64 anos, continua trabalhando.

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“A renda não me permitia ficar em casa”, afirma. Para ela, manter a rotina profissional foi tanto uma escolha quanto uma necessidade.

A decisão de se aposentar veio após a sanção da Lei 13.183/15, que alterou a forma de cálculo do benefício e criou alternativas ao fator previdenciário.

Com o cenário político instável após o afastamento da então presidente Dilma Rousseff, Diana decidiu não esperar mais por novas regras que poderiam alongar o tempo de contribuição necessário.

A advogada trabalhista e previdenciária Liziane Alves explica que a atual lógica da Previdência Social busca adequar o tempo de contribuição à expectativa de vida da população. “À medida que vivemos mais, o tempo de contribuição também precisa aumentar”, afirma.

Liziane destaca um ponto importante: quem volta ao mercado de trabalho após se aposentar e assina novo contrato com carteira assinada não tem direito a benefícios como auxílio-doença ou auxílio-acidente.

A legislação impede o acúmulo de certos benefícios previdenciários após a concessão da aposentadoria.

Dupla jornada e desejos adiados

Apesar de receber simultaneamente salário e aposentadoria há dez anos, Diana confessa que gostaria de usar esse tempo para descansar, cuidar da saúde e se dedicar a outras atividades.

“Gostaria de fazer atividade física em horários mais livres, talvez um curso. E acho que teria mais tempo para me dedicar à igreja”, conta.

Entenda como funcionam as regras

A especialista esclarece que, em geral, a aposentadoria é concedida após atingir uma idade mínima combinada a um tempo mínimo de contribuição. No entanto, há exceções previstas por lei, como para trabalhadores que atuam em condições especiais ou em regimes diferenciados. Isso vale tanto para contribuintes autônomos quanto para aqueles com vínculo empregatício formal.

Outra distinção importante está entre a aposentadoria pública (INSS) e a previdência privada. Embora os dois sistemas não estejam interligados, muitos profissionais optam por contribuir para ambos, visando garantir benefícios semelhantes no futuro, como segurança financeira em caso de acidentes ou doenças.

Para quem está pensando em se aposentar, Liziane Alves recomenda avaliar cuidadosamente a situação pessoal. “É importante analisar fatores como estado de saúde, desejo de continuar trabalhando e condições financeiras”, orienta.

Ela também lembra que o INSS oferece outros benefícios além da aposentadoria, como auxílio-doença, pensão por morte e benefícios por acidente. Todos exigem, no entanto, que o contribuinte esteja em dia com suas obrigações junto à Previdência.

Com a reforma da Previdência, promulgada em 13 de novembro de 2019, as regras para se aposentar passaram por mudanças significativas, especialmente nos critérios de idade mínima, tempo de contribuição e cálculo do benefício.

Para quem começou a trabalhar depois da reforma, valem apenas as novas exigências. Para os trabalhadores que contribuíam para o INSS antes das mudanças, o governo criou mecanismos intermediários para evitar que o processo fosse brusco.

É nesse cenário que surge a regra de transição. Ela permite que essas pessoas se aposentem seguindo critérios ajustados, como idade mínima progressiva, soma de idade e tempo de contribuição (regra dos pontos) ou cumprimento de um período adicional, o chamado pedágio.

Pedágio de 50%: voltado para quem, na data da reforma, faltava até dois anos para completar o tempo mínimo de contribuição (30 anos mulher/35 anos homem). O segurado deve trabalhar o tempo que faltava mais metade desse período como “pedágio”.

Pedágio de 100%: destinado a quem já tinha idade mínima de 57 anos (mulheres) ou 60 anos (homens) em 2019. Nesse caso, é necessário trabalhar o dobro do tempo que faltava para completar o tempo mínimo de contribuição exigido.

O objetivo é garantir uma adaptação gradual, preservando direitos adquiridos e evitando que quem estava próximo de se aposentar seja obrigado a cumprir imediatamente todas as novas exigências.

O objetivo é evitar prejuízos bruscos para quem já estava perto de se aposentar no momento da mudança.

Quer saber como simular sua aposentadoria? Confira neste linl o passo a passo.

Visão Geral

Muitos brasileiros aposentados pelo INSS continuam trabalhando devido à insuficiência da renda da aposentadoria para manter seu padrão de vida. A decisão de se aposentar é influenciada por fatores como a aprovação de novas leis previdenciárias e a instabilidade política. A legislação previdenciária busca adequar o tempo de contribuição à expectativa de vida, mas quem retorna ao mercado de trabalho pode perder o direito a alguns benefícios. A reforma da Previdência de 2019 trouxe mudanças significativas, com regras de transição para quem já contribuía antes da reforma, incluindo pedágios de 50% e 100% sobre o tempo restante de contribuição.

Créditos: Misto Brasil

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