Análise Financeira Revela Custo Anual de R$ 2,5 Bilhões na Manutenção de Geração Termelétrica a Carvão no Brasil Política by Portal Meus Investimentos - 13 de novembro de 2025 A manutenção da geração termoelétrica a carvão no Brasil impõe um custo anual de R$ 2,5 bilhões à sociedade, conforme estudo do Instituto Arayara sobre a MP 1.304. Conteúdo Introdução da Análise sobre o Subsídio do Carvão A Origem do Custo: A Herança da MP 1.304 A Matemática da Arayara: Detalhamento dos R$ 2,5 Bi por Ano O Conflito entre o Subsídio do Carvão e a Transição Energética Subsídio Carvão versus Inovação Limpa e Energia Limpa O Futuro da Política Energética: Risco e Resiliência do Setor Elétrico Visão Geral Introdução da Análise sobre o Subsídio Carvão e o Setor Elétrico O setor elétrico brasileiro está sob a lupa do debate climático e financeiro. Um novo estudo do Instituto Arayara chacoalhou o mercado ao quantificar o preço da manutenção da contratação compulsória de carvão prevista na controversa MP 1.304 (posteriormente convertida em lei). Segundo a análise, o subsídio anual para manter as termelétricas a carvão no Sul do país ativas custará à sociedade a cifra impressionante de R$ 2,5 bi por ano. Este custo, transferido diretamente para a conta de luz de todos os brasileiros via encargos setoriais, representa um desvio de recursos bilionário que deveria ser investido em soluções de energia limpa e na real transição energética. A denúncia da Arayara foca na incompatibilidade ética e econômica de subsidiar uma fonte altamente poluente enquanto o país ostenta liderança global em geração renovável. O impacto desta política transcende a esfera meramente econômica. Ele sinaliza ao mercado internacional de financiamento verde que o Brasil ainda mantém práticas que favorecem combustíveis fósseis em detrimento dos objetivos climáticos e da sustentabilidade. A Origem do Custo: A Herança da MP 1.304 A polêmica da contratação compulsória de carvão remonta a um compromisso político-legislativo de última hora. O texto final da MP 1.304 (Lei 14.120) estabeleceu a obrigatoriedade de contratação de capacidade de geração das usinas a carvão mineral brasileiras, principalmente as localizadas em Santa Catarina. Essa obrigatoriedade foi uma resposta à pressão do lobby carbonífero, visando garantir a sobrevida dessas unidades, consideradas economicamente inviáveis em um mercado dominado por eólica, solar e gás natural mais barato. O argumento central para a medida foi a segurança energética regional e a manutenção de empregos. No entanto, a MP 1.304 criou um mecanismo perverso: o consumidor brasileiro é obrigado a pagar pela contratação compulsória de carvão, mesmo que a energia gerada por essas usinas não seja despachada ou seja mais cara que a média do mercado. A contratação compulsória de carvão opera como um subsídio de capacidade fixa, garantindo receita às termelétricas, independentemente da competitividade de seus custos operacionais ou do seu impacto ambiental. A Matemática da Arayara: Detalhamento dos R$ 2,5 Bi por Ano A metodologia do Instituto Arayara para calcular os R$ 2,5 bi por ano baseia-se na diferença entre o custo de remuneração garantido às termelétricas a carvão e o valor de mercado de outras fontes de geração de firmness ou o custo de referência da energia limpa. O estudo estima que, ao longo do período de vigência da obrigatoriedade, o custo acumulado ultrapassará a marca de R$ 50 bilhões. Esse valor é a medida do custo de oportunidade da transição energética travada. É fundamental que os profissionais do setor elétrico compreendam que os R$ 2,5 bi por ano são um adicional aos custos operacionais normais. Este valor é injetado no sistema por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) ou mecanismos similares, mascarando o verdadeiro custo da contratação compulsória de carvão na tarifa. Ao subsidiar o carvão, o governo indiretamente onera as famílias e as indústrias que buscam sustentabilidade e energia limpa, transferindo a conta para a população. O Conflito entre o Subsídio Carvão e a Transição Energética O Brasil se apresenta globalmente como um líder em energia limpa, com mais de 85% de sua matriz renovável na geração elétrica. A contratação compulsória de carvão da MP 1.304 destoa violentamente desse discurso. A manutenção de usinas a carvão representa um risco concreto de criação de stranded assets (ativos encalhados). À medida que o mundo avança para o carbono zero, as usinas a carvão brasileiras se tornam cada vez menos atrativas e mais caras de operar, culminando em mais pedidos de subsídios futuros. O custo ambiental, embora não totalmente incluso nos R$ 2,5 bi por ano, é imensurável. O carvão é a fonte de energia que mais emite CO2, óxidos de enxofre e material particulado, afetando a saúde pública e a qualidade do ar nas regiões próximas às usinas. A transição energética exige que o setor elétrico tome decisões baseadas em eficiência e sustentabilidade, e o subsídio carvão é a antítese dessa lógica. A MP 1.304 é um freio de mão puxado em um carro de alta velocidade. Subsídio Carvão versus Inovação Limpa e Energia Limpa O investimento de R$ 2,5 bi por ano poderia ser realocado para acelerar a inovação e o desenvolvimento de soluções de firmness limpa. Por exemplo, essa quantia poderia impulsionar programas de armazenamento de energia em baterias ou o desenvolvimento de hubs de hidrogênio verde. O setor elétrico tem à disposição alternativas mais baratas, limpas e flexíveis para garantir a segurança energética do Sul do país, como usinas termelétricas a gás natural com ciclos abertos flexíveis ou a expansão planejada da infraestrutura de transmissão. A priorização do carvão em detrimento de fontes mais modernas e de baixo carbono é uma decisão política custosa que desestimula a inovação tecnológica no Brasil e afasta o capital focado em ESG. A contratação compulsória de carvão é um obstáculo regulatório que encarece o sistema e aumenta a emissão de gases, contrariando o espírito da Lei do Clima e a liderança global do país. O Futuro da Política Energética: Risco e Resiliência do Setor Elétrico O estudo da Arayara expõe o dilema ético e financeiro do setor elétrico brasileiro. A pressão para reverter ou pelo menos mitigar os efeitos da MP 1.304 deve crescer nos próximos anos, conforme o custo de R$ 2,5 bi por ano se torne mais evidente na fatura do consumidor. A contratação compulsória de carvão é um passivo de longo prazo. O setor de energia limpa exige que o governo federal utilize mecanismos de mercado e não subsídios diretos para garantir a segurança energética, como leilões que remunerem a flexibilidade e a disponibilidade. A transição energética deve ser planejada, justa e, acima de tudo, financeiramente responsável. O subsídio carvão é insustentável em todas as métricas: é caro, sujo e contrário aos compromissos internacionais do país. O legado da MP 1.304 será medido em R$ 2,5 bi por ano de desperdício. O setor elétrico tem a responsabilidade de exigir uma correção de rota que priorize a energia limpa e a sustentabilidade para as futuras gerações. O estudo da Arayara é o alerta final para que o Brasil não troque a liderança global verde pela manutenção de um combustível fóssil inviável. Visão Geral O Instituto Arayara calculou que o subsídio carvão, via MP 1.304, custa R$ 2,5 bi por ano ao consumidor brasileiro, representando um entrave à transição energética e à sustentabilidade do setor elétrico nacional. Veja tudo de ” Análise Financeira Revela Custo Anual de R$ 2,5 Bilhões na Manutenção de Geração Termelétrica a Carvão no Brasil ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado