Análise Estrutural: O Impacto do Desperdício de Energia Renovável no Setor Elétrico Brasileiro Energia Limpa by Portal Meus Investimentos - 10 de novembro de 2025 O Brasil desperdiça potencial significativo de energia limpa, projetando perdas bilionárias em 2025 devido a gargalos estruturais na infraestrutura de transmissão. ### Conteúdo * Visão Geral do Desperdício Bilionário * A Anatomia do Curtailment e os 20% Perdidos * O Risco Financeiro: A Perda Bilionária de R$ 5,4 Bilhões * O Desafio Operacional do ONS e a Inflexibilidade * A Solução Estrutural: Armazenamento de Energia * A Urgência do Capex em Transmissão * Inovação Regulatório para Otimização * Visão Geral O Brasil, potência mundial em geração renovável, enfrenta um paradoxo insustentável. Estudos alarmantes indicam que, em 2025, o país pode ser obrigado a descartar cerca de 20% de toda a energia limpa produzida. Essa falha estrutural, conhecida tecnicamente como curtailment, não é apenas um desperdício ambiental, mas uma perda financeira brutal. A projeção de perdas monetárias atinge a cifra assustadora de R$ 5,4 bilhões em um único ano. Para os líderes do setor elétrico, este não é um problema de escassez, mas de incapacidade de gestão. O Brasil está gerando mais energia limpa do que sua infraestrutura consegue absorver e transmitir. Esse cenário expõe a fragilidade da nossa transição energética, que tem priorizado a geração renovável sem o devido investimento em resiliência e transmissão. É uma autossabotagem bilionária que exige soluções imediatas. A Anatomia do Curtailment e os 20% Perdidos O curtailment ocorre quando a energia renovável gerada, predominantemente eólica e solar, precisa ser descartada porque a Rede de Transmissão está congestionada ou o ONS (Operador Nacional do Sistema) precisa desligar a fonte para manter o equilíbrio do Sistema Interligado Nacional (SIN). A intermitência da geração renovável é a causa técnica, mas a falta de infraestrutura é o fator limitante. O percentual de 20% de energia renovável jogada fora é particularmente crítico em regiões de alta concentração eólica e solar, como o Nordeste. Nesses locais, as linhas de transmissão não foram expandidas na mesma velocidade dos parques de geração limpa. O resultado é um gargalo físico que impede o fluxo de energia elétrica do ponto de maior produção para os grandes centros de consumo, como o Sudeste. O Risco Financeiro: A Perda Bilionária de R$ 5,4 Bilhões A perda de R$ 5,4 bilhões em 2025 é o custo direto de não usar a energia limpa que já está disponível. Esse valor representa o montante que os geradores deixam de faturar e que o setor elétrico perde em potencial economia. É dinheiro que poderia mitigar o aumento nas tarifas ou financiar mais investimentos em sustentabilidade. Essa cifra bilionária aumenta o Custo Brasil. Quando a energia renovável é descartada, o ONS precisa acionar fontes mais caras e poluentes (termelétricas a gás ou óleo) para suprir a demanda. Esse acionamento oneroso eleva o Custo Marginal de Operação (CMO) e, inevitavelmente, é repassado para o consumidor final, sabotando os benefícios econômicos da transição energética. O Desafio Operacional do ONS e a Inflexibilidade O ONS está operando em um ambiente de complexidade técnica crescente. A rápida penetração de geração renovável intermitente exige um grau de flexibilidade e coordenação que a infraestrutura elétrica atual não oferece. Se em um dia de sol e vento fortes a transmissão estiver limitada, o operador não tem outra escolha senão impor o curtailment para evitar sobrecargas e colapsos regionais. A solução de curto prazo do ONS tem sido a gestão passiva do problema, optando pelo desperdício de energia quando a segurança do SIN está em risco. O investimento em tecnologias de smart grid e o aumento da capacidade de transmissão são, portanto, urgentes para que o operador possa gerenciar essa energia elétrica de forma ativa e eficiente, sem recorrer ao curtailment. A Solução Estrutural: Armazenamento de Energia O principal antídoto contra o curtailment e o desperdício de energia é o Armazenamento de Energia em Baterias (BESS). Os sistemas BESS permitem que a energia limpa gerada em excesso durante os picos de produção (meio-dia solar ou madrugada eólica) seja guardada e injetada na rede nos momentos de pico de demanda ou quando as fontes intermitentes estão inativas. Ao estabilizar a oferta, o armazenamento de energia transforma a geração renovável de intermitente em despachável. O movimento da ANEEL em direção ao primeiro Leilão de Baterias da história do Brasil é um reconhecimento tardio de que o BESS é essencial para salvar os R$ 5,4 bilhões que serão perdidos em 2025 e para garantir a segurança energética futura. A Urgência do Capex em Transmissão A perda de 20% da energia renovável é um reflexo direto do Capex (Despesas de Capital) mal alocado nas últimas décadas. O Brasil precisa de um choque de investimento em transmissão, focando na expansão e no reforço das linhas que ligam o Nordeste ao Sudeste. Projetos de novas linhas demoram anos para serem concluídos, e o atraso atual está sendo pago com bilhões de reais em energia desperdiçada. O setor elétrico deve priorizar leilões de transmissão com regras que acelerem a entrega e exijam tecnologias de ponta. Ignorar o problema de transmissão é condenar o país a um ciclo vicioso: a matriz de geração limpa cresce, mas a capacidade de entrega estagna, garantindo o curtailment e o desperdício de energia nos anos seguintes. Inovação Regulatório para Otimização O marco regulatório também precisa evoluir para incentivar a inovação e a otimização do uso da rede existente. A ANEEL deve criar mecanismos que remunerem a flexibilidade e a resiliência da infraestrutura elétrica. A Inteligência Artificial (IA) pode, por exemplo, ser usada para prever o curtailment com antecedência, permitindo ao ONS tomar medidas preventivas, como gerenciar a demanda em tempo real. O risco de perder R$ 5,4 bilhões serve como um poderoso argumento para que o Brasil integre a transição energética com a transição digital. A digitalização da rede elétrica e o uso de IA são cruciais para garantir que cada MWh de energia limpa gerada chegue ao seu destino, transformando o potencial teórico em benefício real. Visão Geral O fato de o Brasil se preparar para jogar fora 20% de sua energia renovável e perder R$ 5,4 bilhões em 2025 é uma mancha na reputação do país como líder em sustentabilidade. É uma prova de que a geração renovável não pode ser dissociada da infraestrutura elétrica e do armazenamento de energia. O setor de energia limpa deve utilizar essa projeção bilionária como um chamado urgente. A solução exige um plano de investimento triplo: aceleração de transmissão, incentivo agressivo ao armazenamento de energia e modernização da operação via ONS. O custo da energia desperdiçada é muito maior do que o custo de construir um sistema resiliente. O Brasil tem o sol e o vento; agora, precisa da inovação e da coragem regulatória para usar o que já gera. Evitar o curtailment é a prova final da maturidade da nossa transição energética. Veja tudo de ” Análise Estrutural: O Impacto do Desperdício de Energia Renovável no Setor Elétrico Brasileiro ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado