Ameaça do Tarifaço de Trump: Impacto Direto no Custo da Transição Energética Brasileira Política by Portal Meus Investimentos - 6 de outubro de 2025 A política comercial dos EUA ameaça encarecer o aço, insumo vital para a expansão de energia solar e eólica no Brasil de Lula. Conteúdo O Foco do Tarifaço: A Linha de Frente da Guerra Comercial O Efeito Dominó: O Aço que Sustenta a Energia Limpa Transição Energética em Risco: Custo vs. Agenda ESG Geopolítica e a Incerteza Regulatória Visão Geral O Foco do Tarifaço: A Linha de Frente da Guerra Comercial A ameaça de Trump se concentra em restaurar as tarifas de importação sobre o aço e alumínio provenientes do Brasil. Essa política protecionista, que tem como justificativa proteger a indústria doméstica americana, ignora o impacto sistêmico na economia global e nos parceiros comerciais. O Brasil é um fornecedor vital de aço para os EUA, e o status de “parceiro preferencial” é crucial para manter o fluxo de exportações. O apelo de Lula por um recuo do tarifaço é uma tentativa de desarmar preventivamente uma guerra comercial que já provou ser custosa. Se implementado, o aumento de tarifas encarece imediatamente o produto brasileiro nos EUA, forçando os exportadores a absorverem a diferença ou a perderem competitividade. O efeito dominó, no entanto, é o que preocupa o setor elétrico. O aço, embora não seja o produto final de energia renovável, é um componente essencial na fabricação de turbinas eólicas, estruturas solares fotovoltaicas e linhas de transmissão. Qualquer alteração abrupta no preço internacional do aço (via tarifas ou retaliações) impacta diretamente o bill of materials de novos projetos de energia limpa. O Efeito Dominó: O Aço que Sustenta a Energia Limpa Para o profissional que calcula a viabilidade de um parque eólico ou solar, o aço especial representa uma fatia considerável do custo de capital (CAPEX). Onde o tarifaco americano entra nessa equação? Parques Eólicos: Torres eólicas de grande porte, projetadas para turbinas de múltiplos megawatts, consomem quantidades massivas de aço de alta resistência. Se o Brasil for alvo de um tarifaco e o mercado de aço se desestabilizar globalmente (ou se o Brasil precisar redirecionar sua produção), o preço do material sobe, aumentando o custo final de cada torre instalada. Projetos Solares Fotovoltaicos: Os trackers (rastreadores solares) e as estruturas de fixação que sustentam milhões de painéis fotovoltaicos em grandes usinas dependem de aço e alumínio galvanizado. Um aumento no custo de importação de estruturas ou de componentes básicos impacta diretamente a competitividade da energia solar. Infraestrutura de Transmissão: O aço é essencial para as gigantescas torres que carregam as linhas de transmissão de alta tensão. O custo da expansão da rede – vital para escoar a energia renovável do Nordeste e do Sul – também é refém da estabilidade do preço do aço. O tarifaco cria, portanto, um risco inflacionário na cadeia de suprimentos da energia limpa. Projetos licitados com base em premissas de custo de importação estáveis podem ter suas margens corroídas, ou, pior, enfrentar atrasos devido à necessidade de renegociar contratos de fornecimento. Transição Energética em Risco: Custo vs. Agenda ESG A transição energética depende da capacidade de a energia renovável ser mais barata e mais confiável que os combustíveis fósseis. Qualquer aumento no custo de capital atua como um freio nessa transição. Se o tarifaco de Trump elevar o custo do MWh (Megawatt-hora) brasileiro, o país perde a vantagem competitiva de sua energia limpa. A agenda de Lula para o clima – que inclui a expansão acelerada da energia solar e energia eólica e o foco em hidrogênio verde – é vulnerável a essa política protecionista. O desenvolvimento de novas tecnologias e a descarbonização da indústria brasileira dependem de relações bilaterais estáveis com os principais players de tecnologia e comércio. O cenário é de contradição: os EUA, sob a liderança de Joe Biden, aprovaram o Inflation Reduction Act (IRA), um gigantesco pacote de incentivos fiscais para a energia limpa. No entanto, a ameaça de Trump de restaurar tarifas mostra que a política comercial, se revertida, pode anular rapidamente os ganhos de sustentabilidade e os esforços de redução de custos. Geopolítica e a Incerteza Regulatória O pedido de recuo do tarifaço feito por Lula a Trump é um movimento diplomático que reconhece a influência duradoura do ex-presidente americano na política de comércio exterior dos EUA. Para o setor elétrico global, o principal temor é a incerteza regulatória que acompanha as eleições americanas. Os investidores internacionais em energia renovável buscam estabilidade acima de tudo. O prospecto de que as regras do comércio exterior possam mudar drasticamente a cada ciclo eleitoral nos EUA – de um free trade para um protecionismo agressivo – injeta um prêmio de risco nos projetos brasileiros. Esse risco é precificado no custo de capital. O Brasil, portanto, precisa de uma estratégia robusta para proteger sua cadeia de suprimentos e sua transição energética da turbulência política americana. Isso pode incluir a diversificação de fornecedores de aço e alumínio (buscando mercados alternativos na Ásia ou Europa) e a busca por acordos comerciais bilaterais que blindem o setor elétrico de tarifas punitivas. Visão Geral A energia renovável brasileira tem sido um motor de crescimento e um exemplo de sustentabilidade global. Contudo, a estabilidade desse crescimento está intrinsecamente ligada à paz comercial. O tarifaco sobre aço e alumínio, se concretizado, não atingirá apenas os exportadores de commodities; ele encarecerá a infraestrutura necessária para a transição energética de Lula. A guerra comercial é, em essência, uma guerra contra a redução do custo de capital em energia limpa. O recuo do tarifaço, defendido por Lula, é fundamental para proteger a competitividade da energia eólica e solar brasileira e garantir que a agenda de descarbonização do país não seja descarrilada por disputas políticas externas. A estabilidade nas relações bilaterais com os EUA é, portanto, um insumo tão vital quanto o vento ou o sol para o futuro do setor elétrico brasileiro. Veja tudo de ” Ameaça do Tarifaço de Trump: Impacto Direto no Custo da Transição Energética Brasileira ” em: Portal Energia Limpa. 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