A Virada Histórica da Mineração: Redução de 90% das Emissões até 2050 Política by Portal Meus Investimentos - 10 de outubro de 2025 O setor mineral brasileiro assume meta ambiciosa de descarbonização, exigindo forte sinergia com a expansão da energia renovável e eletrificação. Conteúdo O Escopo 1 e 2 em Foco na Redução de 90% das Emissões até 2050 A Onda de Eletrificação Oportunidade para o Setor Elétrico PPAs e Autoprodução A Busca Pela Energia Limpa e Garantida Hidrogênio Verde e Tecnologias de Fronteira na Descarbonização O Contexto Regulatório e a Precificação de Carbono Implicações Estratégicas e a Visão para 2050 Um Convite à Colaboração Setorial Visão Geral O setor de energia está acostumado a ver grandes metas de descarbonização vindo dos geradores, mas a notícia que balançou o mercado recentemente veio de onde menos se esperava: a mineração. O setor mineral brasileiro, um gigante em volume e consumo energético, assumiu um compromisso de peso. Trata-se da promessa de reduzir 90% das emissões de carbono diretas até o ano de 2050. Para nós, profissionais do setor elétrico, esta não é apenas uma manchete ambiental, mas sim um tsunami de demanda por energia renovável e soluções de eletrificação. O plano coloca a mineração brasileira na vanguarda global da sustentabilidade, mas, mais importante, exige uma sinergia sem precedentes com o mercado de eletricidade. O desafio é monumental, e a janela de tempo, embora longa, exige ação imediata. O Escopo 1 e 2 em Foco na Redução de 90% das Emissões até 2050 A promessa de reduzir 90% das emissões até 2050 foi apresentada à presidência designada da COP30 pela Coalizão Minerais Essenciais. Esta coalizão, que une as maiores empresas e entidades do segmento, reconhece que o futuro da mineração está intrinsecamente ligado à agenda climática. O foco principal da meta recai sobre as emissões dos Escopos 1 e 2. O Escopo 1 engloba as emissões diretas da operação, aquelas que vêm da queima de combustíveis fósseis em caminhões, equipamentos e processos industriais. Já o Escopo 2 refere-se às emissões provenientes da geração de eletricidade consumida pelas mineradoras. É neste último ponto que o nosso setor entra como peça chave. Para um setor historicamente dependente do diesel para mover suas frotas gigantescas e do calor gerado por combustíveis fósseis em certas etapas do beneficiamento, alcançar 90% de redução é quase sinônimo de “zero líquido” em termos práticos. A complexidade do desafio é proporcional ao volume de investimentos e inovações que serão necessários. A Onda de Eletrificação Oportunidade para o Setor Elétrico O caminho mais evidente para a mineração cumprir a meta de reduzir 90% das emissões é a eletrificação total de suas frotas. Pense nos caminhões de mineração, verdadeiros colossos que hoje queimam milhares de litros de diesel por dia. Substituí-los por modelos elétricos ou a hidrogênio verde implica em uma revolução logística e energética. Essa transição cria uma demanda explosiva por infraestrutura de recarga de alta potência. Estamos falando de subestações dedicadas e linhas de transmissão robustas que precisam ser projetadas e construídas rapidamente nas áreas de mineração. O setor elétrico precisa se preparar para atender a este novo e maciço consumidor de eletricidade limpa. Não se trata apenas de substituir o diesel pelo megawatt. A fonte da eletricidade deve ser, inegavelmente, energia renovável. A meta de descarbonização da mineração depende diretamente da capacidade do Brasil de garantir um suprimento de energia eólica e solar de alta qualidade e com rastreabilidade de carbono zero. PPAs e Autoprodução A Busca Pela Energia Limpa e Garantida Para garantir a redução de 90% nas emissões de carbono, as grandes mineradoras estão intensificando a busca por Contratos de Compra de Energia de Longo Prazo, os famosos PPAs (Power Purchase Agreements). Estes acordos são vitais para que as empresas possam atestar o uso de energia limpa e, assim, neutralizar as emissões do Escopo 2. A autoprodução também ganhará um impulso brutal. Grandes projetos solares e eólicos, dedicados ao suprimento das operações de mineração, deixarão de ser apenas um diferencial de sustentabilidade e passarão a ser um requisito operacional básico. O capital de risco e os investidores ESG estão atentos a essa movimentação. O movimento da mineração cria uma âncora de demanda de longo prazo extremamente sólida para novos projetos de energia renovável. Isso estabiliza o mercado e permite que geradores e desenvolvedores de projetos assumam riscos maiores na construção de parques eólicos e solares de gigawatts, acelerando o crescimento da matriz. Hidrogênio Verde e Tecnologias de Fronteira na Descarbonização Além da eletricidade para as frotas e a energia renovável para as plantas, a mineração enfrenta o desafio das emissões diretas de processos industriais que exigem calor intenso. É aqui que entra o Hidrogênio Verde (H2V) como um vetor de descarbonização essencial para atingir a redução de 90%. O H2V, produzido a partir da eletrólise com energia limpa, pode substituir o gás natural ou o carvão em processos como a pelotização do minério de ferro. Embora a tecnologia ainda esteja em fase de scale-up e os custos sejam elevados, o compromisso de 2050 pressiona pela aceleração da P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Para os engenheiros do setor, isso significa que a mineração não será apenas uma compradora de eletricidade, mas também uma parceira em projetos de infraestrutura de H2V. A viabilidade econômica desses projetos será um fator determinante para que o setor consiga realmente reduzir suas emissões diretas em quase a totalidade. O Contexto Regulatório e a Precificação de Carbono A Coalizão Minerais Essenciais deixou claro que, para o plano funcionar, são necessárias melhorias no cenário regulatório-econômico. A precificação de carbono, seja via imposto ou um mercado regulado de emissões (Cap and Trade), é vista como um catalisador fundamental. Ao tornar as emissões de carbono um custo mensurável, a precificação eleva a competitividade da energia renovável e da eletrificação perante os combustíveis fósseis. Isso injeta urgência econômica no plano, que, sem tal mecanismo, poderia depender apenas da vontade corporativa. O setor elétrico deve monitorar de perto a evolução dessa política. A redução de 90% das emissões até 2050 só será viável se houver um alinhamento entre o compromisso das mineradoras e um arcabouço legal que recompense a descarbonização. Essa harmonização é o que transformará metas ambiciosas em realidade operacional e financeira. Implicações Estratégicas e a Visão para 2050 O plano da mineração é um sinal poderoso para o mercado global, especialmente com a COP30 se aproximando. O Brasil, que é um player global em minerais essenciais para a transição energética (cobre, níquel, lítio), precisa garantir que seus produtos sejam “verdes”. A capacidade de atestar que o minério foi extraído e processado com baixa ou nenhuma emissão de carbono se tornará um fator de competitividade internacional. Para o setor elétrico, isso representa a necessidade de certificações de energia limpa cada vez mais rigorosas e transparentes. O ano de 2050 pode parecer distante, mas a infraestrutura para a eletrificação e a geração de energia renovável leva anos para ser planejada e construída. O plano da mineração exige que os profissionais de eletricidade comecem a pensar, projetar e financiar as soluções hoje para que o futuro carbono-neutro se concretize. Um Convite à Colaboração Setorial A jornada para reduzir 90% das emissões é, no fundo, uma jornada de cooperação. A mineração não pode fazê-lo sozinha. Ela depende da inovação e da escala de entrega do setor de energia renovável, da capacidade de financiamento do mercado de capitais e da clareza regulatória do governo. Este é um momento definidor. O setor elétrico, com sua expertise em descarbonização e eletricidade limpa, deve se posicionar como o principal facilitador dessa transformação. Ao apoiar o plano da mineração, estamos não apenas garantindo um grande volume de negócios, mas também acelerando a transição energética brasileira como um todo. Visão Geral A mineração brasileira se compromete a reduzir 90% das emissões até 2050, focando em eletrificação e energia renovável. Isso impulsiona o mercado de eletricidade, exigindo grandes investimentos em infraestrutura e um forte papel de PPAs para a descarbonização. Veja tudo de ” A Virada Histórica da Mineração: Redução de 90% das Emissões até 2050 ” em: Portal Energia Limpa. Compartilhe isso: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+ Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram Mais Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela) Tumblr Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir Relacionado